Por acaso rima, mas não por acaso corresponde à verdade. O FC Porto voltou a ganhar ao Tondela, conseguiu o objetivo principal de seguir em frente na Taça de Portugal, só que este voltou a ser um jogo tremido e com lacunas visíveis nos portistas, quando tinham condições para mais e melhor. Bom comportamento de um Tondela sem grandes armas e que rodou mais de meia equipa, mas que voltou a ameaçar calafrios no fim.
Para um jogo em que os treinadores mudaram bastante em relação ao último jogo de cada, mas em que o FC Porto se apresentou com semelhanças em relação à linha escolhida por Conceição para o duelo entre ambos no campeonato (pelo meio houve Champions para os portistas), parecia ser com continuidade que o técnico portista queria corrigir as debilidades defensivas que ficaram evidentes nesse jogo contra os beirões (4x3), cuja vitória foi ameaçada com uma bola à trave nos descontos.
Agressivo na pressão, variando entre a alta e a mais recuada, a equipa beirã voltou a tentar causar mossa pela velocidade e conseguiu-o, num canto a favor dos portistas que, de repente, se transformou num três-para-um, contra-ataque que, apesar de boa defesa de Diogo Costa pelo meio, tornou a dar em golo.
Falamos apenas de 25 minutos de jogo e um 2x1 que teve muito de eficácia - não houve muito mais oportunidades além disso. E, até final da primeira parte, com um FC Porto mais alerta, a fazer mais faltas que impedissem sustos na retaguarda e a resolver um ou outro problema defensivo, também não se pode dizer que tenha havido mais lances de golo. Houve intenção, sim, embora maior eficácia defensiva do que criação ofensiva.
Melhorou na segunda. Depois de ser mais ativo pela direita na primeira parte, o conjunto portista reentrou a solicitar a esquerda. Zaidu serviu três vezes Marega em seis minutos (uma delas deu em grande defesa de Trigueira) e, à terceira, ficou no chão - teve de sair.
Sim, saltámos já para esse minuto porque, até lá, quase nada houve de relevante. Era um controlo que parecia seguro, mas que tinha a margem mínima no marcador. Ainda assim, foi também nesse minuto que Conceição mexeu, lançando Baró e João Mário para baixar as linhas e tentar as saídas rápidas, pelo extremo, por Luis Diaz e por Toni Martínez, também entretanto em campo.
Mas não foi isso que se viu. O Tondela soube estancar essas saídas e criar os seus momentos, o mais alto dos quais por Souley, a falhar de cabeça o empate. Só que, como no campeonato, não foi mais do que uma vitória moral. Na questão do apuramento, deu azul e branco.
Marega e Taremi pontuaram naquilo que se quer em avançados e, numa altura em que parece estar a solidificar a dupla, nada melhor para Conceição do que ver que ambos os jogadores se alimentam daquilo que mais gostam.
Duas vezes na frente do marcador, o FC Porto foi mais intenso na primeira parte do que na segunda. O apuramento foi conseguido, mas com bastante sofrimento, que se poderia perceber se a equipa tivesse sido perdulária. Mas não: pouco ou nada criou para evitar passar por algum aperto no fim.