O Vitória de Guimarães voltou a ser feliz dentro de casa, dois meses depois. Já ia longo o jejum de golos e de vitórias no D. Afonso Henriques, mas o triunfo por 1x0 sobre o Portimonense, este sábado à tarde, colocou um ponto final nessa tendência negativa. André André, que tinha feito o golo nesse primeiro triunfo sobre o Paços de Ferreira, a 2 de outubro, voltou a chamar a si a decisão da partida.
Os primeiros 20 minutos no estádio D. Afonso Henriques foram de história rápida e palavras desinteressantes. Com o jogo a ritmo pachorrento, o Vitória ia circulando (sob a batuta do capitão André André) com segurança na mesma medida da lentidão; o Portimonense, que ofensivamente não tinha nada a dar, apresentava como única virtude o rigor tático.
Ironicamente, o primeiro momento de algum perigo passou-se na área dos vitorianos, quando Sacko (um dos melhores) intercetou um livre lateral que podia ter apanhado desprevenido Bruno Varela, mas o guarda-redes ex-Benfica controlou e sacudiu para canto. Corria o minuto 28 em Guimarães.
Foi um aviso que a equipa de João Henriques levou a sério porque não tardou a desmontar o tal rigor posicional dos algarvios e a chegar à vantagem, numa jogada de bom futebol. Lançado por Jorge Fernandes, Sacko deixou para trás o internacional japonês Anzai, Bruno Duarte, com um toque subtil, deixou para André André, que com sorte e arte à mistura bateu Samuel Portugal, aos 32 minutos.
Um golo com toque de justiça em virtude da superioridade do Vitória, que aos 37 minutos quase repetia a jogada. Bem novamente Jorge Fernandes na abertura para Sacko e muito bem novamente o lateral direito maliano no cruzamento; desta vez, o cabeceamento de Bruno Duarte não constituiu problema para o Samuel.
Se a jogada de golo foi de bom recorte futebolístico, o jogo continuou no nível da mediania. Paulo Sérgio mexeu cedo na segunda parte (57'), com as entradas de Vaz Tê e Willyan Rocha, mas o Portimonense pouco cresceu na partida. É certo que subiu ligeiramente as linhas, mas a desinspiração ofensiva continuava gritante, mesmo perante alguma permissão por parte da equipa da casa.
A melhor combinação da formação de Portimão aconteceu (apenas) aos 86 minutos, quando Anzai conseguiu uma das raras perfurações no flanco esquerdo e serviu Luquinha, que com um remate de primeira fez a bola passar perto da trave. Pouco depois, aos 88', e já no registo do «chuveirinho», Bruno Varela não teve dificuldades para segurar o cabeceamento novamente de Luquinha.
A partida não vai deixar saudades, mas o golo que decidiu a partida é digno de relevo. André André teve arte e engenho para encontrar espaço para finalizar entre três adversários, depois de uma excelente jogada de Sacko na direita.
Foi preocupante a falta de intensidade e de presença dos algarvios na primeira parte. Ofensivamente inexistente e bastante «mole» em vários momentos defensivos, a equipa de Paulo Sérgio tem ainda muito trabalho pela frente.
Não tendo sido um jogo de grau de dificuldade elevado, António Nobre acabou por estar no centro das atenções no último lance da partida. Maddox estava na cara de Samuel e sofre um empurrão de Moufi pelas costas. António Nobre nada assinalou e o VAR suportou a decisão do árbitro do encontro, algo que é bastante discutível.