Depois de várias resultados negativos, o Benfica voltou às vitórias para a Liga NOS, ao bater o Marítimo por 1x2. Num jogo onde voltou a não convencer, a equipa de Jorge Jesus conseguiu virar o resultado, depois de uma autêntica oferta de Otamendi ter feito os verderubros adiantarem-se no marcador.
E nem foi por estar melhor no jogo, porque aí o Benfica, de uma forma ou de outra, arranjava maneira de chegar à área, mas Rodrigo Pinho acreditou, num daqueles tais sprints que parecem inofensivos, que Otamendi ia errar... e bem. De regresso ao onze três semanas depois, o argentino voltou a fazer das suas - tem um número preocupante de erros individuais na temporada - e ofereceu a bola ao avançado brasileiro, que já sabe bem o que é marcar aos grandes. Com toda a classe, Pinho fez um chapéu a Odysseas para adiantar os homens da casa. Acrescente-se mais um episódio à permeabilidade defensiva do Benfica.
⌚️30' CSM 1-0 SLB
🔴Benfica sofreu golos em 6 dos 8 jogos realizados fora de casa em 2020/21.
⏪Os encarnados têm uma média de 1,38 golos sofridos/jogo fora de casa, os 11 golos sofridos em 8 partidas é o pior registo desde 2017/18 (1,5 GS/J) pic.twitter.com/uS2s30SBQ5
— playmakerstats (@playmaker_PT) November 30, 2020
Erro à parte, até porque isso não pode controlar, Jorge Jesus mostrava-se muito insatisfeito com os seus jogadores. Muitos passes falhados, com Pizzi à cabeça, eram a principal razão. A reação ao golo sofrido foi complicada, os encarnados (a jogar de negro) eram lentos e previsíveis e dependiam muito dos desequilíbrios dos laterais para criar situações de superioridade, mas que tinham pouco efeito.
Para aumentar a ansiedade do banco benfiquista, o jogo parava constantemente, com sucessivos jogadores dos insulares no chão. A principal paragem foi a de Rodrigo Pinho, que ficou mesmo com o olho em mau estado depois de um choque com Otamendi.
Apesar de um domínio com pouca consequência, a insistência acabou por dar frutos. Numa das habituais incursões no ataque, Grimaldo combinou com Everton e serviu Pizzi, solto na área, que bateu Charles pela primeira vez. A igualdade ao intervalo justificava-se, pela atitude, de um lado, e pela diferença em qualidade, no outro.
Mostrar outra face, foi o que devem ter pedido ambos os treinadores ao intervalo. Lito Vidigal deixou de ver a equipa procurar mais do que o aproveitamento do erro e Jorge Jesus, ainda que no empate, teve a sua equipa sem ideias durante grande parte do tempo.
O golo motivou uma reação emotiva dos jogadores e do próprio banco encarnado, porque uma vantagem no resultado não tem sido propriamente habitual por estes lados. No relvado, contudo, a reação não foi replicada, com a partida a transformar-se algo feia. Não só por culpa das águias, que pareciam satisifeitas com o resultado e não arriscavam tanto, mas também porque o adversário pouco conseguia fazer.
Mexidas de parte a parte, Lito a abdicar do sistema de cinco para tentar outro resultado, mas Jorge Jesus a fazer o oposto e a segurar o resultado. No final, ainda algum aperto para os visitantes, mas o resultado não mais se alterou e o Benfica voltou às vitórias para a Liga.
O passado recente não era fácil e um erro individual ofereceu um golo numa altura onde até nem era inferior. Ainda assim, o Benfica foi capaz de, numa exibição q.b., conseguir um reviravolta num estádio onde já teve vários pesadelos e voltar às vitórias para não perder a corrida na Liga.
Eram onze golos sofridos em cinco jogos, à partida para esta jornada. Se a consistência defensiva está a demorar a aparecer, ofertas como a que se viu não vão melhorar a situação. Otamendi facilitou quando podia ter simplificado e podia ter custado