Desvantagem durante quase todo o jogo, empate nos instantes finais. O Benfica, tal como no jogo da primeira volta, empatou na Escócia (2x2) numa partida onde foi inferior durante grande parte dos 90 minutos e onde só ganhou força na fase final. Imagem pálida da desfalcada equipa encarnada que não deixa o Rangers fugir na liderança do grupo.
As baixas eram imensas, Jorge Jesus ainda surpreendeu ao colocar Hélton Leite e Chiquinho de início... Mas a incapacidade de contrariar o poderio do adversário manteve-se. Pelo menos durante os primeiros minutos.
Nos 13 jogos realizados esta época, esta é a 7.ª vez que o Benfica sofre 2 + golos um jogo esta época:
➡PAOK
➡Farense
➡Lech Poznan
➡Boavista
➡Rangers (2x)
➡SC Braga pic.twitter.com/Rs1pQuDSpo
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Não que os primeiros 45 minutos tivessem muita história, porque a bem da verdade não tiveram, só que os escoceses entraram melhor, com meio pé no acelerador e não demoraram a causar estragos. A pressão exercida pelos comandados de Steven Gerrard e as rápidas jogadas de ataque fizeram questão de expor, novamente, as debilidades defensivas dos encarnados, sobretudo nas alas.
Foi assim que nasceu o golo inaugural, numa má abordagem defensiva de Rafa e Gilberto no flanco direito. Morelos combinou com Barisic, o croata subiu para cruzar, Hélton Leite efetuou uma grande defesa ao cabeceamento de Roofe, Tavernier acertou na trave e, à terceira, Arfield encostou para o fundo das redes.
Era, por esta altura, um Rangers superior. E esse domínio foi esmorecendo - mas nunca desapareceu - com o passar dos minutos, por muito que Everton ou Seferovic tivessem tentado algo mais na sequência de bons envolvimentos ofensivos. A pressão bem exercida e o controlo na zona nevrálgica do terreno dos britânicos faziam a diferença e levavam a que Jorge Jesus se exaltasse nas indicações para os jogadores.
Até ao fim da primeira metade, o Benfica foi incapaz de descobrir um fio condutor de jogo, de criar perigo no último terço e o adversário, mesmo baixando o ritmo, agradeceu, levando a vantagem de forma tranquila para os balneários.
Um abanão era urgente, uma atitude diferente idem, mais intensidade idem. O problema é que o Benfica voltou a mostrar impotência e incapacidade para fazer mais a um Rangers longe da sua melhor versão. Retirando as cavalgadas de Rafa e um remate rasteiro de Seferovic, as águias voltaram a ser presa fácil durante sensivelmente 30 minutos, entregando de bandeja o comando ao conjunto anfitrião que chegou a protestar uma alegada mão na bola de Vertonghen na área.
Pela 1.ª vez esta época, o 🏴Rangers não ganha um jogo realizado em casa, em todas as competições: 10 vitórias e um empate pic.twitter.com/LiTlPtI0uy
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Face à atitude permissiva no capítulo da pressão por parte dos encarnados, o líder do campeonato escocês não precisou de muito para ampliar a vantagem. Jogada a poucos toques entre Kamara e Barisic terminada com um fantástico golaço de Roofe, que disferiu um pontapé indispensável para Hélton Leite.
A situação agravava-se imenso, as entradas de Pizzi e Diogo Gonçalves não haviam surtido o efeito desejado e poucos pareciam capazes de dar o empurrão necessário, mas a entrada de Gonçalo Ramos, um dos nomes mais badalados do momento, acabou por ser feliz.
Foi numa jogada de insistência e de uma investida do jovem jogador das águias que Tavernier encostou para o 2x1, dando um certo alento aos comandados de Jorge Jesus. A presença de mais homens à frente da linha da bola passou a incomodar a defesa adversária em demasia, que claudicou, mais tarde, num ótimo entrosamento finalizado por Pizzi.
No fim das contas, ninguém saiu a sorrir, tal como na Luz. Um déjà-vu? Talvez. Mas as dificuldades encarnadas voltaram a ser muitas e evidentes...
Desta exibição na Escócia só o ponto conquistado acaba por ser positivo. O Benfica voltou a não estar na sua melhor versão e a mostrar as mesmas debilidades defensivas que se têm vindo a arrastar com o passar dos jogos. Valeu o ponto e o facto de o Rangers não se ter distanciado no primeiro lugar do grupo.
As dores de cabeça continuam. A equipa não consegue imprimir intensidade, pressionar de forma coesa e criar jogadas de perigo, ainda que as baixas sejam muitas e pesadas no plantel às ordens de Jorge Jesus. Sinais muito preocupantes...