«100% de respeito, 0% de receio». A frase foi de Carvalhal no lançamento do jogo e representa bem a primeira parte do SC Braga frente ao Leicester. As equipas empataram (3x3), num grande jogo de futebol, que ficou marcado por equilíbrios distintos nas duas partes e um final adequado a um filme.
Orgulho ferido, pois bem. Com a goleada em Inglaterra ainda bem presente na memória, os minhotos entraram em campo à procura da vingança. Desde o apito inicial ficou presente a vontade em assumir as despesas do jogo. E a entrada não podia ter sido premiada de melhor maneira.
12.º ⚽golo de Paulinho nas competições europeias: passa a ser o melhor marcador da história do SC Braga na UEFA👏🔝 pic.twitter.com/Yokdgz3kwa
— playmakerstats (@playmaker_PT) November 26, 2020
Iuri Medeiros dançou na área, arrastou muitos defesas, mas acabou com um remate bloqueado. Tanta atenção ao português resultou num espaço vazio e Al Musrati aproveitou com um remate rasteiro que só parou no fundo das redes. Herói de um lado, o médio líbio passou a ser vilão no outro, quando ofereceu um passe a Iheanacho em terrenos proibidos. Harvey Barnes, servido pelo nigeriano, aproveitou e restabeleceu a igualdade.
Mas estes foxes têm muito valor, não fossem eles, até há pouco tempo, líderes da Premier League. A desvantagem originou uma reação e um subir de linhas, que obrigou a equipa da casa a construir de forma mais apertada. Apesar de alguns calafrios - Bruno Viana quase borrava a pintura - o SC Braga aguentou-se e viu o guardião dinamarquês negar o terceiro por duas vezes. Primeira parte muito positiva, uma imagem bem distinta da que foi deixada no King Power Stadium.
O cenário não era favorável para os ingleses, que até podiam garantir a qualificação para a fase seguinte com a combinação de uma vitória e um resultado favorável na outra partida. Brendan Rodgers não quis esperar, por isso lançou Tielemans e Fofana ao intervalo, numa tentativa de mudar o rumo dos acontecimentos.
Paulinho até teve na cabeça o segundo da conta pessoal, o terceiro dos minhotos, mas Kasper respondeu bem e deu uma hipótese à equipa de lutar por um resultado positivo. A sensação que pairava é que era uma questão de tempo até o domínio ser traduzido em golos... e foi.
Só que, ao cair do pano, a matreirice dos guerreiros sobressaiu e um golpe de teatro dividido entre Galeno e Fransérgio deixou os ingleses estendidos no relvado... mas não por muito tempo. A raposa, matreira como costuma ser, foi além da compensação para roubar um ponto e continuar na liderança.
Perante uma das boas equipas inglesas, o SC Braga conseguiu dar uma boa réplica e esteve, durante grande parte dos primeiros 45 minutos, por cima do jogo. É verdade que eram vários dos menos utilizados nos foxes, mas a superioridade ficou bem presente.
O adversário era de qualidade e os executantes também, mas esta noite voltaram a ficar presentes os erros defensivos dos minhotos. Bruno Viana facilitou várias vezes, que podiam ter resultado em golo, e já no fim, foi Vardy a aparecer sozinho para finalizar.
O árbitro holandês tentou controlar uma partida que não teve muitos casos para errar. Ainda assim, ficam na memória o incidente onde está à frente de Galeno, quando o extremo preparava-se para rematar e um possível lance de grande penalidade na segunda parte a favor do Leicester.