Intensidade, dinâmica e emoção até ao último suspiro. Quem reservou a noite de quarta-feira para assistir ao empate a duas bolas entre Fundão e Eléctrico, formações que se defrontaram em partida que estava em atraso desde a sexta jornada, não deu o seu tempo por perdido. Os quatro golos do desafio acabam por ser poucos atendendo à quantidade de ocasiões que uma e outra equipa criaram, num encontro em que os ataques se superiorizaram (muitas) mais vezes às defesas, mas esbarraram em duas grandes exibições – impedindo que o número de golos do encontro atingisse a “mão cheia” – dos guardiões Luan e André Correia.
A “velha máxima” futsalística - que outrora constou no símbolo associado à divisão máxima do futsal nacional - ajusta-se perfeitamente ao que foi o encontro no Municipal do Fundão: aliás, desde cedo se percebeu, como que de forma premonitória, a toada do encontro, uma vez Jair dispôs da primeira ocasião soberana do encontro logo após a bola de saída. O Fundão, empenhado em ascender ao terceiro lugar, procurou chegar-se à frente desde o primeiro momento mas rapidamente viu o Eléctrico esboçar uma reação. A equipa que viajou de Ponte de Sôr fez questão de abrir as hostilidades e, ao minuto 4, na sequência de um livre na esquerda do ataque, Costelinha atirou para o 0-1, sem dar hipóteses de defesa a Luan. Estava dado o mote para um encontro “aberto”, com as equipas a colocarem a intensidade necessária a um bom espetáculo, marcado pelo elevado número de ocasiões, situação potenciada também por várias desatenções de ambas as defesas. O Fundão, sem Juninho e Felipe Leite, haveria de encontrar os caminhos para as redes do Eléctrico (privado de Renan e Dudu) por intermédio de Peléh. Aos nove minutos, Peléh aproveitou um mau passe adversário e fez o 1-1, resultado que se verificaria ao intervalo, muito mais por competência dos guarda-redes que por falta de ocasiões para dar outra expressão ao marcador.
Na etapa complementar, a história repetiu-se e foi o Eléctrico quem assumiu a dianteira do marcador. Após duas intervenções de qualidade encetadas por Luan, a bola ficou “à mercê” de Graça que fez o 1-2. E por falar em semelhanças em relação à primeira parte… Também a toada se manteve, com o perigo a rondar constantemente as balizas, ainda que a “frescura” das equipas já não fosse a da primeira parte.
As oportunidades foram-se sucedendo e Peléh, de regresso à ação após ter falhado o encontro com o Futsal Azeméis por castigo, devolveu o Fundão à liderança. Assistido por Pedro Senra, o jovem brasileiro atirou para o 2-2, galvanizando a equipa para aquele que seria o seu melhor período no encontro.
Num jogo que revelou tendências a espaços mas em que nenhuma das equipas conseguiu exercer um domínio tão claro como por certo desejaria, o Eléctrico não “desligou” e a tentativa de somar os três pontos foi levada até ao fim. Nos últimos dois minutos do encontro, a baliza fundanense ficou a “tremer” por duas vezes, primeiro por Rodriguinho, depois por Henrique Vicente. O encontro acabaria como terminou: com boas ocasiões de parte a parte, mas com o placard empatado, no caso, a duas bolas. Calendário acertado e louros divididos no Municipal do Fundão.
2-2 | ||
Peléh 9' 33' | Costelinha 4' Bruno Graça 24' |