Foi um Benfica em serviços mínimos aquele que se apresentou em Paredes. As águias ganharam por 0x1, tiveram domínio total do jogo, mas o perigo que criaram ao opositor, o Paredes do Campeonato de Portugal, foi manifestamente baixo. Valeu o golo solitário de Samaris.
O Benfica não perdeu tempo em criar um plano B para entrar nas paredes da casa do Paredes. A estratégica de ter laterais profundos e cruzamentos para área esbarrou na capacidade defensiva de Meneses e Henrique em anular os movimentos de Ferreyra e Gonçalo Ramos. As águias começaram a intensificar o passe curto, rápido e pela zona central para 'baralhar' os homens de Eurico Couto.
O plano foi desenhado na perfeição por Chiquinho. O médio ofensivo assumiu o papel de 'homem-aranha' e criou a teia perfeita para o Benfica ficar mais forte e oportuno no ataque.
Naturalmente instalado no meio campo adversário, os encarnados tiveram soberanas oportunidades para marcar - Gonçalo Ramos e Pizzi assinaram dois remates - de bola corrida, mas foi de bola parada que o Benfica marcou, por Samaris.
O grego, que voltou a repetir a titularidade que teve frente ao SC Braga, respondeu da melhor forma a um livre de Cervi e, de cabeça, fez o primeiro golo das águias.
Até ao golo sofrido, o Paredes foi um bloco defensivo de nove jogadores, mas a partir de 26 minutos, a equipa que disputa o Campeonato de Portugal começou a mostrar que 'atacar' também era uma palavra do seu vocabulário.
Ismael foi o primeiro a demonstrar com efetividade as ideias do treinador: jogo apoiado e a explorar as costas da defesa benfiquistas. O remate do extremo foi defendido a dois tempos por Helton Leite.
Apesar do esboço, o Paredes foi incapaz de surpreender o Benfica. No início da segunda parte voltou a ver-se a mesma dinâmica, com alguns metros galgados no meio-campo ofensivo, os nortenhos estiveram mais espevitados, mas nunca alarmaram a defesa das águias.
O Benfica não quis que o Paredes se sentisse cómodo no jogo e rapidamente pegou na bola, levando o adversário para os últimos metros do terreno.
As águias tentaram de tudo: pelas alas, pelo meio, cruzamentos, bola corrida, mas tiveram sempre muita dificuldade em desorganizar o Paredes. Os homens de Eurico Couto não tremeram e, apesar de não terem criado perigo no ataque, mantiveram sempre o Benfica em alerta, ao mesmo tempo que evitaram erros no seu último reduto.
Jorge Jesus sentiu que a equipa precisava de mais frescura e dinamismo no ataque e, nesse sentido, lançou dois bês para agitar o jogo - Tiago Araújo e Daniel dos Anjos. O Benfica ganhou velocidade e irreverência, no entanto o grande perigo continuou longe da baliza de Marco Ribeiro e o resultado não mexeu.
O Paredes arriscou nos últimos minutos, com a inclusão de mais avançados, só que o Benfica respondeu com a entrada de Morato e terminou o jogo com três centrais, de forma a evitar qualquer susto maior.
O Benfica ganhou e vai marcar presença na próxima eliminatória da Taça de Portugal, contudo teve de suar muito.
O Paredes demonstrou uma capacidade defensiva e corporativa acima da média. A equipa de Eurico Couto sofreu apenas de bola parada e demonstrou uma grande organização no último setor.
O Benfica teve muita posse de bola e muito organização ofensiva, mas foi incapaz de finalizar. Facundo Ferreyra e Gonçalo Ramos não aproveitaram a oportunidade.