Finalmente! Ao fim de 23 anos, a Escócia está de regresso a uma fase final de uma grande competição. Em Europeus, depois de 1992 e 1996, segue-se 2020, que aconteceu depois de 120 minutos intensos contra a Sérvia, que ainda se manteve viva à custa de um golo de Luka Jovic, a evitar a derrota aos 90, mas que caiu na lotaria das grandes penalidades.
A primeira parte foi fraca, praticamente sem oportunidades e com muito pouco para contar. Choveu muito em Belgrado e talvez essa tenha sido a nota dominante, pois, se os cuidados de parte a parte foram muitos (normal, por ser uma final), também as condições climatéricas poderiam ser um risco acrescido para quem quisesse ter uma postura mais agressiva.
Ora, sem praticamente nada para contar, o intervalo teria tudo para dar outra cor ao jogo. E assim foi, se bem que não pelo mais óbvio: se a Sérvia era a favorita e quem mais responsabilidade tinha, foram os escoceses a regressar em força e com golo.
Ryan Christie, num lance de insistência, fez uma boa rotação à entrada da área e rematou rasteiro, com o poste a ser tocado antes da rede. Um lance que deixou ainda mais confortável a equipa britânica e que intranquilizou bastante o sangue quente sérvio.
Com mais bola, a equipa de Tumbakovic não conseguiu muito mais do que a trocar no meio-campo contrário, mas longe de criar oportunidades. Não se podendo dizer que o jogo estaria mais perto do 0x2 do que do empate, ainda assim foi percetível a forma como a Escócia se elevou em termos de confiança à medida que os minutos iam passando.
A Sérvia tentou, pelo banco (deixou o sistema de três centrais e tornou-se mais presente no último terço), maior reação e teve-a, por Luka Jovic. Primeiro, ao minuto 85, cabeceou ao lado, após excelente jogada pela direita, depois, em cima do minuto 90, foi sobrebo a responder de cabeça a um canto vindo da esquerda, com a bola a bater no relvado e a subir ao ângulo, para alívio geral sérvio.
No prolongamento, praticamente só deu Sérvia, com alguns bons remates de meia distância (Gudelj, ex-Sporting, teve um soberbo, parado pelo guarda-redes). A Escócia, muito mais encolhida e já sem as suas armas mais irreverentes, que foram saindo do jogo, pareceu contentar-se com a ida aos penáltis.
E fez sentido. Aí, nove penáltis foram convertidos, até ao decisivo, de Mitrovic, que David Marshall defendeu com uma boa estirada, para levar a sua equipa ao tão desejado Euro 2020.
Os escoceses vão começar o Europeu contra a República Checa, num grupo D exigente, onde ainda estão a Inglaterra e a Croácia.
1-1 (4-5 g.p.) | ||
Luka Jovic 90' | Ryan Christie 52' |