Com Sérgio Conceição ausente do banco devido a suspensão, o FC Porto derrotou este domingo o Portimonense por 3x1, numa partida com duas assistências e um golo para Sérgio Oliveira, que já vai em quatro jogos consecutivos a marcar pelos azuis e brancos.
A formação algarvia foi a primeira a marcar no Dragão, por Beto aos 14 minutos, mas golos de Mbemba e Taremi (primeiro pelos dragões) consumaram a reviravolta e o capitão dos portistas (por ausência de Pepe) deu sequência ao momento fulgurante.
A equipa orientada neste domingo por Vítor Bruno voltou a ficar aquém do que tem sido na Liga dos Campeões, mas conseguiu cumprir a obrigação e chegar ao pódio à condição, antes de uma paragem para seleções que terá de servir também para muito trabalho no Olival com os que ficam.
Permitam-nos, antes de mais, um pouco de promoção a uma entrevista zerozero de há dois anos, mais coisa menos coisa. Norberto, ou Beto no mundo do futebol, andava pelo Campeonato de Portugal ao serviço do Olímpico do Montijo e vinha de dois hat-trick's nas três primeiras jornadas. Ao nosso Rodrigo Coimbra, dizia: «Tenho o objetivo de ser jogador profissional de futebol. É um sonho que tenho. E jogar na Champions League é o meu maior sonho».
O maior sonho de todos ainda terá de esperar, mas dois anos depois Beto fez o seu primeiro golo como profissional, logo aos 14 minutos e em pleno Estádio do Dragão (e ainda meteu a bola na baliza mais uma vez, mas o lance tinha sido anulado por falta do avançado). Como se explicava que uma equipa que há poucos dias tinha derrotado de forma inequívoca o Marselha apanhasse um susto destes contra uma equipa já em apuros na luta pela manutenção?
Não seria por quaisquer mudanças drásticas no onze, porque o FC Porto não fez nenhuma (ao contrário do que tem sido hábito). Díaz e Marega voltaram a fazer par na frente, Corona e Otávio voltaram a partir das alas para o centro e a abrir espaço às subidas dos laterais. A estratégia era em tudo semelhante à do jogo europeu, mas o adversário era bem diferente.
Com uma linha de cinco defesas, mas nem por isso muito recuada, o Portimonense tinha muitos homens envolvidos no processo defensivo, mas empenhados em recuperar a bola o mais rapidamente possível e chegar com relativa rapidez à baliza de Marchesín. Ainda antes do quarto de hora, enquanto os dragões não encontravam forma de ultrapassar muralhas amarelas, um contra-ataque levou a bola para Moufi (novidade no onze, mas com Anzai no lado oposto) e o marroquino cruzou na perfeição para a cabeça de Beto, que apareceu nas costas de Mbemba e bateu Marchesín.
Sem grandes espaços para a dupla de ataque conseguir explorar, e também com falta de acerto na tentativa de passes decisivos, a equipa do FC Porto apoiava-se em pouco mais do que nas bolas paradas para ameaçar a baliza dos algarvios. E se ocasionais tentativas de Luis Díaz embatiam nas malhas laterais, Uribe era quem mais tentava acertar na baliza de Samuel Portugal, aparecendo em posição de finalização nos cantos batidos por Sérgio Oliveira... mas foi o primeiro a ser sacrificado. Logo aos 31', Taremi saltava para o campo para dar algo diferente ao ataque e quem saía era o colombiano.
As tais bolas paradas tinham muito de Sérgio Oliveira, porque além de envergar a braçadeira de capitão (na ausência de Pepe) voltava a ser ele o homem responsável por cantos e livres. Ainda no primeiro tempo tentou alvejar a baliza, mas foi num canto batido para cabeça de Mbemba que a igualdade foi reposta, bem no fim do primeiro tempo. Era preciso mais, mas o golo em cima do intervalo dava outra perspetiva do jogo à equipa da casa.
Desta vez com bem mais tempo de jogo do que tem sido habitual, Taremi aproveitou para finalmente conseguir o primeiro golo pelos campeões nacionais, respondendo com a cabeça a um cruzamento exímio de Sérgio Oliveira ainda no arranque do segundo tempo. E assim, em pouquíssimo tempo de jogo, consumava-se a reviravolta.
O Portimonense perdeu Lucas Fernandes por lesão no segundo tempo (saiu de maca), mas ainda fez a bola rasar o poste da baliza de Marchesín perto do fim, num cabeceamento de Dener que deixou de novo os dragões em estado de alerta, mas a tranquilidade chegou com a cereja no topo do bolo de Sérgio Oliveira. Num ataque com intervenção decisiva de Corona, o médio ficou na cara do guarda-redes e atirou a contar, terminando com todas as dúvidas.
O FC Porto fica agora à espera do desfecho vindo da Luz para saber se consegue pelo menos terminar a jornada no pódio, sabendo que terá de aumentar muito o nível exibicional para reforçar a candidatura ao bicampeonato.
Os pés do médio portista serviram para esconder as dificuldades dos dragões, que ainda sentiram a ameaça de ver mais pontos a voar nesta fase inicial do campeonato. Duas assistências e, perto do fim, o golo a fechar o resultado. Que mais se lhe pode pedir?
Os dragões voltaram a ter Díaz e Marega como elementos pressionantes e de ataque à profundidade na frente, mas contra muitos elementos defensivos do Portimonense a estratégia não estava de todo a funcionar. Houve ajuste ainda no primeiro tempo.