Quando as coisas não correm bem em casa, por vezes é fora dela que encontramos a tranquilidade. É uma velha máxima da vida, mas é também algo que se pode aplicar ao FC Porto. Com um arranque de campeonato complicado, é na Europa e na Liga dos Campeões que os campeões nacionais vão encontrando a sua qualidade e tranquilidade.
Desta feita, a equipa portuense bateu o Marselha por claros 3x0 e passou a somar seis pontos no seu grupo da Liga dos Campeões. Depois de uma derrota polémica em Inglaterra, o FC Porto cumpriu e bateu sem espinhas o Olympiacos e o Marselha e está a ficar em boa posição na luta pelo apuramento.
No reencontro com Villas-Boas, foi mais forte o FC Porto e Sérgio Conceição que deram uma lição de organização e de inteligência esta terça-feira. Teve momentos de brilhantismo, momentos de raça e muitos momentos de concentração e esperteza a vitória dos dragões.
Depois da derrota em Paços de Ferreira, Sérgio Conceição mexeu. Tirou Leite, Grujic e Evanílson, colocando Sarr (Pepe ficou mesmo de fora), Luís Diaz e ainda Zaidu. Uma espécie de equipa Champions.
Essa concentração e organização também ficou mais fácil e vincada com um golo bem cedo apontado por Marega, após um jogada de insistência de Corona, que misturou arte, com raça e alguma sorte para ter a oportunidade de oferecer ao maliano.
Em vantagem, e mesmo depois do Marselha ter conquistado e falhado uma grande penalidade, o FC Porto esteve quase sempre a controlar o jogo. Quer no momento defensivo, quer nas saídas rápidas para o ataque. Essas saídas por vezes aconteciam após um bola longa, ou profunda, ou até por recuperações em zonas bem altas do terreno, sendo que para isso muito contribuía a intensidade que Marega e Diaz colocavam na procura de bola.
O Marselha estava demasiado envolvido na teia do Dragão e não foi uma grande surpresa quando apareceu o 2x0, num penálti convertido por Sérgio Oliveira.
Por isso, o jogo tornou-se uma espécie de «vamos aguardar o momento certo para matar». E foi o que aconteceu. Uma ou outra saída com perigo, mas tudo culminou quando Corona pegou na bola, queimou metros e, quando todos pediam passe em diagonal para Marega, preferiu deixar redondinha para um remate em arco de Luís Diaz e o consequente para o 3x0.
Com um 3x0 e com uma superioridade tão clara sobre o adversário, os últimos minutos foram de gestão, rotação e de controlo perante um Marselha que deixou muito a desejar no Estádio do Dragão e certamente deixou preocupado André Villas-Boas. Até acabou por ser o FC Porto a desperdiçar 3/4 situações claras de golo em contra-ataque.
São seis pontos em nove possíveis. Agora segue-se a fase complicada do calendário, com a viagens a França e à Grécia, bem como a receção ao poderoso Manchester City. Uma coisa é certa, a vertente europeia deste FC Porto é a mais sólida até ao momento.
Se Sérgio Conceição tinha ficado preocupado com a consistência e com a entrega em Paços de Ferreira, o jogo desta 3ª jornada da Liga dos Campeões apagou isso tudo. Foi uma exibição a roçar a perfeição no que diz respeito à entrega, à postura tática e ao anular o adversário.
O penálti falhado por Payet logo aos 10 minutos foi o espelho de uma exibição muito pobre por parte do ataque do Marselha. Mesmo tendo uma aparente superioridade sobre os dois médios do FC porto, a equipa francesa pouco conseguiu criar no ataque. Com os jogadores que a equipa de Villas-Boas tem à disposição no ataque, foi muito pouco.