Cinco jornadas (e uns testes negativos) depois

Demorou praticamente um mês e meio, foi preciso passar por alguns testes, e quando nos referimos a testes estamos mesmo a falar de testes a sério, aqueles que desde março ninguém quer realizar mas aos quais os jogadores de futebol estão cada vez mais habituados. O início foi estranho e quis o destino que as duas equipas mais afetadas fossem aquelas que se iam defrontar na primeira jornada do campeonato.

Atualmente sem casos de covid-19, Sporting e Gil Vicente encerram finalmente a primeira jornada da Liga NOS 2020/21. Para os leões este jogo em atraso pode ter um sabor especial, isto porque os outros jogos realizaram-se, a equipa Rúben Amorim ainda não perderam (são uma das equipas do top 10 europeu sem derrotas na Liga) e pode isolar-se no segundo lugar do campeonato.

Matheus Nunes deve manter-se no onze ©Rogério Ferreira / Kapta+

Bem sabemos que a prova ainda é longa e que o futuro vai trazer muitos mais testes (à covid-19 e ao futebol leonino) à equipa de Rúben Amorim, mas é sempre melhor estar sozinho no segundo lugar do que igualado no terceiro. Se antes havia quem desconfiasse da equipa montada pelos leões, os últimos jogos deixaram bons sinais a este Sporting, que à partida irá jogar como fez nos Açores, até porque João Mário e Tabata, mas sobretudo João Mário, ainda não tinham assinado pelos leões na altura desta partida (era suposto jogar-se a 19 de setembro) e por isso não pode ser utilizado.

A mudança no miolo leonino terá de ficar para outro dia, pelo que as dúvidas maiores residem na frente de ataque. Jovane tem sido o escolhido, mas a experiência não tem corrido propriamente bem ao cabo verdiano, muitas vezes longe do jogo e do protagonismo que apresentou na reta final da época passada. A existir surpresa de Rúben Amorim tudo indica que seja neste setor.

Lino tem estado em destaque ©Vítor Parente / Kapta+

Do lado do Gil Vicente, que depois do adiamento entrou bem na Liga, com um triunfo diante do Portimonense, mas desde então não mais venceu, também não se esperam grandes mexidas. O plantel de Rui Almeida não é muito extenso e tal como nos leões a dúvida nos gilistas passa pela frente de ataque - Baraye, tal como João Mário e Tabata, não pode ser utilizado. Lino, à semelhança de Jovane, tem sido o falso avançado e a coisa nem tem corrido propriamente mal ao brasileiro, autor dos únicos dois golos da equipa, mas a ausência do extremo sente-se nos momentos de criatividade, até porque Lourency ainda não conseguiu repetir proezas do passado.

No momento em que a época vai andando mais rápido do que todas as outras por força das contingências e do calendário bastante movimentado é curioso que a uma quarta-feira, às 21:45 (porquê?!), voltemos a puxar a fita até ao começo do campeonato. Acabem-se os testes e venha daí essa bola, de preferência com público que as luzes para o arranque desta corrida há muito que se apagaram.