O dérbi do Minho é considerado por muitos o Clássico mais quente do futebol português e sabemos disso quando estamos em Guimarães ou em Braga. Mas, sem a emoção dos adeptos, certamente que ninguém imaginava que tivesse sido tão quente. E, o mais estranho, é que o jogo estava a decorrer de uma forma que tão normal que o que aconteceu ao minuto 82 foi um verdadeiro choque.
E se muitas vezes os adeptos são criticados pelo ambiente que criam em torno de um jogo, desta vez nem há essa desculpa (e é demasiadas vezes a desculpa)...
No que diz respeito ao jogo, mais uma vitória para o Braga em Guimarães, a segunda seguida e a quinta nos últimos seis jogos. Uma vitória por 0x1, numa partida em que João Henriques teve um problema tático e demorou 45 minutos a resolver.
Essa situação deu muitas vezes superioridade ofensiva ao Braga, que facilmente ganhava os flancos e chegava ao último terço do campo. Valia ao Vitória a consistência dos dois centrais e dos médios centro, que, juntos, iam conseguindo limpar.
Só que o problema era de tal forma persistente que não foi grande surpresa quando resultou em golo. Jogada pela esquerda, Galeno cruza rasteiro, Iuri leva Sílvio para o meio e deixa Ricardo Esgaio completamente sozinho para marcar um golo que colocava justiça no marcador.
É certo que o Braga não tinha ocasiões claras claras para marcar (tirando um remate de Galeno que passou muito perto), mas fazia bem mais que o Vitória que se limitava a perder bolas por Ricardo Quaresma e Edwards.
Quaresma ficou perto do empate por duas vezes e foi a sua melhoria que levou o Vitória a entrar verdadeiramente na discussão da partida. Por outro lado, Marcus Edwards era foco de irritação para os colegas tal a sua vontade de fintar toda a gente.
Só que um dérbi do Minho não seria um dérbi do Minho sem confusão e muita... O Vitória estava por cima, mas não havia sinais de problemas entre os jogadores. Tudo isso mudou quando David Carmo achou que fazia sentido fazer uma entrada verdadeiramente assassina sobre sobre Edwards. Isso levou a uma verdadeira batalha campal, com Fransérgio e Jorge Fernandes em cenas de pugilato.
Três expulsões (uma para o Vitória e duas para o Braga) e uns últimos minutos com muita cabeça quente. Apesar da superioridade numérica, o Vitória mostrou o porquê de ter apenas dois golos marcados na Liga NOS. Vontade, cruzamentos, mas avançados que passam ao lado do jogo.
Uma derrota caseira do Vitória que mostrou novamente que João Henriques tem um problema ofensivo para resolver...Já o Braga está numa série impressionante e a forma como jogou na primeira parte teve momentos de brilhantismo. Fica a ideia que no Minho estão dois candidatos europeus, mas um parece olhar bem mais para cima...
Chegou a ter momentos de brilhantismo a primeira parte da equipa de Carlos Carvalhal. A forma como conseguiu explorar os espaços nos flancos foi muito positiva. Não fosse a boa organização da defesa do Vitória e o resultado ao intervalo poderia estar superior ao 0x1.
Estava um jogo intenso, mas sem problemas. Tudo se complicou por causa de David Carmo, sendo que Jorge Fernandes deveria ter mantido a cebeça fria...Por momentos parecia a WWE.