O Sporting foi ao limite para sair com três pontos da visita ao Açores. Os leões realizaram uma primeira parte de grande nível, mas um erro grave do capitão Coates complicou as contas, com a equipa de Rúben Amorim a ser obrigada a vestir o fato-macaco para voltar a marcar e bater o Santa Clara por 1x2. Com dois tentos e muita dinâmica oferecida, Pedro Gonçalves foi a figura do jogo.
As visitas ao Estádio de São Miguel continuam a ser sinónimo de felicidade para o conjunto de Alvalade, que continua a realizar um início de campeonato bastante positivo e personalizado. Já o Santa Clara mostrou pouco dos seus argumentos e Daniel Ramos continua a ter abordagens pouco ambiciosas neste tipo de encontros, apesar da tarefa ter ficado bem complicada para os visitantes.
As duas equipas apresentaram-se em campo com sistemas parecidos e a explorar a dinâmica de ambos os ataques. Mais subido no terreno, o Sporting entrou agressivo - Palhinha e Matheus Nunes são uma dupla forte neste capítulo - e teve os primeiros momentos ofensivos de relevo no encontro, sendo Nuno Santos o principal protagonista. O Santa Clara apostava na transição rápida e em tentar aproveitar a lentidão da defesa adversária, apostando também nos cruzamentos para a referência Thiago Santana.
Os leões recuperavam a bola com facilidade e estavam a entrar com perigo em zonas de finalização. Num rápido lance, Jovane Cabral lançou em velocidade Pedro Gonçalves, que, mesmo sem ângulo, bateu Marco Pereira para dar a justa vantagem à sua equipa. Este tento deu ainda mais confiança aos leões, soltos e criativos nas movimentações ofensivas. Faltava mais foco na definição... e evitar o facilitismo.
A excelente primeira parte da equipa de Rúben Amorim acabou por ficar manchada por um lance já perto do descanso. Coates facilitou com bola e num passe deixou o esférico nos pés de Lincoln, que serviu em velocidade Thiago Santana. De forma tranquila, o avançado brasileiro ultrapassou Adán e atirou para um golo, num tento que o coloca como anotador máximo da história dos açorianos na Liga NOS. Desfecho ingrato para o rendimento leonino nos 45 minutos inaugurais.
Com dificuldades após o descanso e um futebol amarrado entre as duas equipas - o relvado piorou bastante de qualidade - , Rúben Amorim não demorou muito tempo a mexer na estrutura dos leões e lançou a dupla Tiago Tomás/Sporar em campo. A inspiração dos visitantes desapareceu, mas, na raça, o Sporting conseguiu voltar a partir para cima do adversário na procura dos três pontos.
Ao seu estilo, o Santa Clara recuou as suas linhas e praticamente abdicou de atacar. Na resposta a um cruzamento de Pedro Porro, o avançado Sporar conseguiu fazer o mais difícil e cabeceou para fora solto de marcação. Já com João Mário em campo, os leões ganharam mais critério na definição dos lances e acabaram por repor a justiça no marcador.
Feddal bateu longo e, num lance que parecia controlado pela defesa do Santa Clara, a velocidade Pedro Gonçalves colocou o talentoso jogador em posição perigosa. Com calma, ultrapassou a saída algo precipitada do guardião Marco Pereira e fez o justo segundo golo dos leões, que mostraram personalidade ao não desistirem do resultado. Até ao final, o Santa Clara não encontrou argumentos para reverter este desfecho.
Os melhores 45 minutos do Sporting esta época. Personalidade e dinâmicas que criaram muitos problemas ao Santa Clara e permitiram aos leões bastante volume ofensivo. O erro de Coates acabou por intranquilizar bastante a equipa.
O Santa Clara teve na luta pelo jogo, mas a equipa praticamente não existiu a nível ofensivo na partida, tendo recuado bastante no terreno durante a segunda parte. Jogos como em Braga não acontecem sempre... e os açorianos têm qualidade para mostrar outros argumentos.