Depois do triunfo por 2x4 na primeira volta da fase de grupos da Liga Europa, o Benfica reencontra o Lech Poznan, uma equipa jovem que apresenta um futebol positivo e que chegou à fase de grupos da segunda maior prova europeia apenas pela segunda vez nos últimos 10 anos – não chegavam a esta fase desde 2015/16.
De resto, depois de uma temporada muito positiva, na qual terminaram em segundo lugar no campeonato e atingiram as meias-finais da Taça da Polónia, e depois de alguns falhanços nas últimas campanhas europeias, o primeiro objetivo para esta temporada era mesmo atingir a fase de grupos.
E assim foi. Os ferroviários ultrapassaram quatro eliminatórias e fizeram-no com distinção, com 13 golos marcados e apenas um sofrido. Curiosamente, a boa campanha na Liga Europa contrasta com um início de campeonato difícil – apenas três vitórias em dez jogos – que valem um desapontante 9.º lugar.
A isto, juntam-se também as bolas paradas defensivas, mas nem tudo é mau, muito pelo contrário. A pressão alta e uma forte reação à perda são pontos positivos e a teimosia em sair curto é também uma das imagens do futebol positivo que os homens de Dariusz Zuraw procuram apresentar, sendo que, se as transições e as bolas paradas são um problema no capítulo defensivo, passam a solução no capítulo ofensivo.
As armas dos polacos passam também pela qualidade e irreverência de jogadores como Kaminski, pela capacidade de construção e condução de Tiba e pela visão de jogo de Dani Ramírez. Há ainda um poder físico elevado nos homens mais defensivos, um guardião com bom jogo de pés e um avançado que chegou da Bundesliga e tem estado de pé quente.
Apesar de serem uma equipa que procura jogar em ataque posicional, é em contra-ataque que acabam por ser mais perigosos, com a irreverência dos alas, principalmente do jovem Kaminski, a visão de jogo de Dani Ramírez e a capacidade de transporte de Pedro Tiba a virem ao de cima. São ainda uma equipa a ter em conta nas bolas paradas ofensivas.
Uma equipa com defesas fortes fisicamente sofre (quase) sempre nas transições rápidas e no controlo da profundidade e o Lech Poznan não é exceção, com a falta de velocidade a revelar-se muitas vezes fatal na transição defensiva. Revelam ainda problemas nas bolas paradas defensivas e alguns erros na saída de bola.
Registado oficialmente em 1922, mas formado a agosto de 1920 por um grupo de jovens ativistas, o Lech Poznan é um dos clubes mais populares da Polónia. Os ferroviários viveram o período de maior sucesso entre 1982 e 1993, com a conquista de cinco títulos de campeão nacional - venceram apenas mais dois desde então. Os últimos anos têm sido de retoma, com a equipa a procurar regressar ao topo do futebol polaco.
Com a capacidade de remate, transporte e até mesmo de visão de jogo que demonstrou durante vários anos em Portugal, Pedro Tiba é o grande destaque deste Lech. O médio é muitas vezes responsável pela construção do jogo dos polacos, apresentando-se ainda como uma ameaça nas zonas mais avançadas do terreno com uma boa chegada à área. Nota ainda para Dani Ramírez e para o jovem Kaminski.
Proveniente da equipa secundária, Dariusz Zuraw ascendeu à equipa principal durante a campanha de 2018/19 e trouxe consigo uma ideia de jogo positiva, na qual raramente abdica da saída curta e do ataque organizado. É também um dos responsáveis pela aposta nos jovens que têm surgido na equipa principal.