Só ficou a faltar o xeque-mate

Não há de haver muitos duelos de xadrez mais animados do que este. Não houve vencedor na abertura da jornada, mas Moreirense e Boavista andaram em busca dos três pontos durante 90 minutos, tendo de se contentar com a igualdade no final, o primeiro empate da época para os cónegos e o segundo para as panteras, que ainda não venceram nesta nova era do clube.

Uma obra de arte de Angel Gomes logo aos nove minutos lançou um Boavista que quis impor-se no relvado de Moreira de Cónegos, mas a equipa de Ricardo Soares procurou também o golo e conseguiu-o num penálti batido por Fábio Abreu depois de uma falta na grande área de Léo Jardim.

A equipa de Vasco Seabra (que tem bem mais a provar nesta Liga do que os cónegos) teve algum ascendente na partida e várias oportunidades para matar o encontro, mas também os homens da casa podiam ter marcado mais de um golo.

No fundo, um agradável aperitivo para tudo o que se segue nesta terceira jornada da Liga.

Nas asas de Angel

Com poucas mudanças nas duas equipas - Felipe Pires teve a primeira titularidade no Moreirense, Chidozie voltou ao onze do Boavista -, as duas formações axadrezadas lançaram xeques de um lado e do outro desde as primeiras jogadas, com um sério candidato a golo da época a aparecer logo nos primeiros dez minutos do encontro. Faça um favor a si mesmo: se ainda não viu, veja aqui esse golo antes de continuar a ler.

Se as três assistências na primeira jornada tinham aberto o apetite, esse momento de Angel Gomes em Moreira de Cónegos matou a fome. Bola conquistada no meio-campo, um ligeiro avanço no terreno e cá vai disto: bola disparada para os ares, a sobrevoar Pasinato e a aterrar direitinha na baliza dos cónegos. Um momento que promete correr mundo e até provocar muitos suspiros de adeptos do Manchester United, clube que deixou este jovem e inegável talento sair a custo zero.

©Catarina Morais / Kapta +

As panteras não se encolheram com a vantagem e mantiveram algum ascendente ao longo do primeiro tempo, ainda que os cónegos também não tenham deixado de procurar a baliza de Léo Jardim, que tinha já tremido nos primeiros minutos, numa reposição de bola completamente errada que não trouxera consequências devido a boa resposta do guardião.

O ritmo estava alto, com bola para um lado e para o outro, e os cónegos até acertaram na baliza boavisteira lá para a meia hora, mas a equipa de arbitragem anulou o lance por fora-de-jogo de um homem em quem a bola embateu no caminho para a baliza. Do lado oposto, Pasinato redimia-se do golo sofrido com uma grande defesa a remate de Benguché e essa redenção continuaria ao longo do segundo tempo.

Castigo máximo

Walterson e David Tavares estrearam-se pelos homens da casa, Vasco Seabra foi lançando Show e Nathan ao longo do segundo tempo, que ainda teve uma fase algo morta depois de remate ameaçador de Angel Gomes mas trouxe o golo do empate. Felipe Pires tinha atirado ao ferro, pouco depois Léo Jardim errou numa saída e causou um penálti por falta sobre Fábio Abreu, que bateu em força para a igualdade.

©Catarina Morais / Kapta +

Esse segundo golo do angolano (que sairia lesionado perto do fim) na nova edição da prova voltava a deixar os cónegos em posição de poderem lutar pelo triunfo que ambas as equipas procuravam e os cónegos ficaram perto da reviravolta pela hora de jogo, mas até foram os visitantes que mais procuraram o xeque-mate na reta final, com ameaças de Nathan e Nuno Santos.

No fim, a igualdade acabou por se ajustar ao encontro, embora ficando a ideia de que o resultado poderia a qualquer momento ter pendido para qualquer dos lados.