Rio Ave e Vitória SC não se conseguiram superiorizar no encontro deste domingo. Num jogo com muitas mudanças, os minhotos atacaram mais e os vilacondenses fizeram de tudo para manter a equipa unida, de forma a aguentar a frescura física do Vitória SC, valeu a eficácia defensiva.
Desde cedo se percebeu que o encontro ia ter duas velocidades: A do Vitória SC, mais intensa e com uma dinâmica mais rápida, e a do Rio Ave mais lenta e calculista - até porque os vilacondenses estão a meio das eliminatórias da Liga Europa e o cansaço nota-se.
Tiago Mendes surpreendeu ao deixar os avançados no banco e a colocar Marcus Edwards e Quaresma a ocupar os lugares mais adiantados. A solução passou por deixar os 'vagabundos' criarem como melhor sabem.
O Vitória ia estando como queria no jogo: Pressão alta, recuperações no meio campo de ataque e a obrigar o Rio Ave a errar. Mas os vilacondenses não estiveram muito preocupados com essa fórmula e tinham na entreajuda a palavra de ordem.
Com dificuldade em furar o duplo bloco defensivo do Rio Ave - meio campo e defesa estiveram sempre muito próximos - foi de bola parada que o Vitória SC fez a maior ameaça a Kieszek. Quaresma bateu o livre, Agu rematou de ressaca com força, o guarda-redes polaco defendeu para a frente e Suliman cabeceou por cima.
A segunda parte costuma ser, por norma, o momento para os maiores riscos, mas os dois treinadores revelaram prudência até chegar a esse nível e por isso os primeiros minutos foram lentos e com um futebol tão previsível que os guarda-redes era uns privilegiados: Uns espectadores.
Mário Silva e Tiago Mendes soltaram os trunfos finais para os últimos minutos. O técnico do Rio Ave mexeu com o meio campo e o ataque, enquanto que o minhoto mudou o sistema, com a entrada de Bruno Duarte.
O jogo ficou mais partido, com mais espaços e também mais perigoso. Os últimos minutos podiam ter dado em golo, para um lado - Jambor bateu um livre, que passou a centímetros da baliza de Bruno Varela - ou para o outro - com um remate de Sílvio e um cabeceamento de Bruno Duarte - mas não foi para ninguém.
Ver Quaresma no futebol português, mesmo que seja aos 37 anos, é um deleite. 'Harry Potter' voltou a mostrar a sua magia e esteve muito próximo do golo, após um lance de enorme inteligência.
Estamos no início da época, é certo. O Rio Ave veio de um desgastante jogo, mas as duas equipas nunca conseguiram atingir o ritmo certo.
Tiago Martins não teve um jogo com grande dificuldade. O juíz de Lisboa esteve sempre próximo dos lances e soube controlar as entradas mais duras com amarelo, mesmo que isso tenha acontecido cedo no jogo.