As portas da Puskás Aréna, em Budapeste, abriram para um número limitado de adeptos presenciarem um grande jogo de futebol, mas com um vencedor (quase sempre) anunciado. O Bayern Munique bateu o Sevilla (2x1) e juntou a Supertaça Europeia ao conjunto de troféus conquistados na última temporada.
Na onda da goleada na jornada inaugural da Bundesliga, os bávaros não contavam com a entrada forte do Sevilla. A turma de Lopetegui, muito organizada e com a lição bem estudada, começou melhor. Uma oportunidade de Gnabry logo a abrir foi ofuscada por dez minutos de domínio sevilhano.
Os espanhóis colheram os frutos perto da marca do quarto de hora de jogo, depois de Alaba ter derrubado Luuk de Jong e ter concedido uma grande penalidade. Ocampos bateu Neuer e adiantou a sua equipa no marcador, o que provocou uma reação quase instantânea dos alemães. Com maior velocidade, Flick viu a sua equipa assumir a dianteira do jogo.
Num curto espaço de tempo, o Bayern ameaçou três vezes e o Sevilla nada fez para reagir. O resultado foi o empate alemão. Bonita combinação ofensiva que terminou com o passe de Lewandowski para Goretzka, que repetiu o que fez no primeiro jogo da época e voltou a marcar.
A segunda parte trouxe a mesma tendência. A equipa espanhola arrancou mais forte e de Jong obrigou logo Neuer a esforçar-se. Eventualmente, os bávaros voltaram ao jogo, mas já sem o mesmo ímpeto. Num meio campo com Kimmich e Goretzka, ficou notada a ausência de Thiago, que reforçou o Liverpool, um jogador que facilitava os processos da equipa.
Ainda assim, um Bayern menos dominante foi suficiente para voltar a criar muito perigo na baliza do Sevilla. Lewandowski ainda chegou a marcar, num lance anulado por fora-de-jogo. Sané, um dos mais desgastados, foi o sacrificado para a entrada de Tolisso, que trouxe mais músculo ao meio campo.
Bono, a meias com a defesa, foi evitando todas as tentativas alemãs e habilitaram-se a uma oportunidade ao cair do pano, no que seria um final trágico. Youssef En-Nesyri apareceu isolado, mas deixou a machadada final parar em Neuer. Não marcou e as equipas foram para o prolongamento.
Vontade nos arranques não faltava ao Sevilla, mas o excesso de pontaria foi a sina no segundo minuto do recomeço da partida. O marroquino, que já tinha ficado perto de sentenciar a partida, permitiu a defesa ao guarda-redes alemão, desviando-a para o poste.
Flick refrescou a equipa (só tinha feito uma substituição nos 90 minutos) e encontrou no banco a resposta para os seus problemas. Davies deu velocidade ao flanco e Javi Martínez fez o que os colegas passaram a noite toda a tentar fazer. Alaba rematou para defesa de Bono, mas o médio espanhol saltou ao ressalto e fez o segundo do Bayern.
Teria sido uma pena se os adeptos não pudessem ter estado presentes neste grande jogo de futebol. A UEFA permitiu que um número limitado de pessoas estivessem em Budapeste e o resultado foi um espetáculo ainda mais interessante. Que falta fazem...
Lopetegui vai, com certeza, ter pesadelos com os vários lances que podiam ter sentenciado a partida. As grandes aberturas nos recomeços ficaram a centímetros de mudar o jogo. Não entraram, ora pelos postes, ora pelo muro que foi Neuer, que só não conseguiu impedir a grande penalidades, e quem aproveitou foi o Bayern.
Anthony Taylor teve uma exibição segura no total da partida. O juiz inglês esteve seguro nos momentos de decisão mais difíceis e foi bem auxiliado pelo VAR.