Noisy Le Grand torna-se eterno com portugueses

Com certeza nesta segunda-feira quando Rúben Martins e Luís Mateus chegaram ao trabalho o bonjour foi diferente. Há-de ter sido mais sorridente, mais feliz e mais completo. No dia anterior ganharam a Taça de França, defendendo as cores do Noisy Le Grand, pela primeira vez na história do emblema dos arredores da capital francesa.

Quem também festejou, à distância foi Tomás Moreira. O jogador está no Turquel para a nova época, mas na época passada jogou no Noisy e como tal a taça agora disputada foi referente a 2019/2020 e o internacional jovem fica com mais um título no currículo.

Na ressaca da vitória o zerozero falou com Rúben Martins, avançado de formação, mas que nos últimos anos tem ocupado mais zonas de construção.

O hoquista, que descobriu o bichinho pelas oito rodas em Alenquer, é o representante com mais tempo desta diáspora portuguesa em Seine-Saint-Denis e, ainda rouco depois dos festejos, falou num sentimento especial: «Já era a minha terceira final, perdi uma com golo de ouro, na outra estava lesionado e não pode participar, mas à terceira foi de vez. E foi espetacular, pois temos um grupo fantástico este ano, neste clube que eu vi quase crescer. Quando cheguei aqui o clube não tinha esta dinâmica, não tinha esta organização, e sentir este sucesso de perto é muito bom».

Radicado nos arredores de Paris desde 2015 o jogador tem ajudado o Noisy Le Grand a cimentar-se como um emblema a ter em conta em França: «Nunca tinha ganho nada na 1.ª Divisão e acontecer com um clube que não joga para o título, jogamos para tentar o melhor e ficar nos quatro primeiros, é algo incrível e é algo que jamais esquecerei. Ainda não estou em mim, para alguns pode ser só uma taça, mas para mim não, pois não estou no meu país, mas esta conquista faz-nos ver que vale a pena emigrar e correr atrás dos nossos sonhos».

Longe dos holofotes que, de forma natural centram-se noutros campeonatos, o jogador olha para o percurso que fez e deixou uma certeza: «Sendo emigrante e ganhar é incrível, pois estou longe dos meus amigos, do meu país, da minha casa e isto é o realizar de um sonho. A vida está a mostrar-me que vale a pena lutar, estar longe de tudo e de todos e atingir estas metas. Somos dois portugueses aqui e espero que possamos ser um exemplo para aqueles que têm medo de emigrar vejam o que também estamos a fazer».

Na última época o Noisy Le Grand terminou em sexto lugar e garantiu vaga para disputar a Taça WS Europe onde vai ter pela frente na primeira eliminatória o Caldes de Espanha. No campeonato, a equipa dos portugueses Rúben Martins e Luís Miguel Mateus desloca-se aos arredores de Bordéus para defrontar o Mérignac.