Carlos Silva está a cumprir a sétima época na Suíça. Depois de ter iniciado a aventura no RHC Basel o atual guarda-redes do Diessbach já venceu tudo como jogador, e agora como treinador acredita que pode repetir o feito.
O zerozero falou com o atual internacional moçambicano, mas que já representou a seleção nacional portuguesa e tem um passado grande ao serviço do Paço D'Arcos e Benfica, para perceber como estão na Suíça a preparar o regresso à competição. O Diessbach começa a época em casa com o Dornbirn.
Preparação atípica: «Nós tivemos algumas restrições em junho, para as pessoas perceberem recomeçamos os treinos no final de maio início de junho. A meio de junho já estávamos a treinar com a equipa completa. Depois fizemos uma pausa de três semanas por causa das férias e recomeçamos no dia 10 de agosto a 100%. A nossa pré-época tem sido feita com perfeita normalidade. Aqui, as restrições são muito menores, treinamos normalmente, temos o nosso balneário. No cantão de Berna, que é onde estamos não existe obrigatoriedade de máscara, já jogamos dois torneios e sou sincero: a diferença destes torneios para aquilo que aconteceu há um ano é muito pouca.»
Os procedimentos: «Público no pavilhão, sem máscara, mas há lista de presença com distanciamento entre os espetadores, mas sem grandes reservas. As pessoas aqui levam as coisas muito normal, defrontamos cinco adversários, temos treinado sem limitações e estamos prontos para começar o campeonato sem nenhuma condicionante e não conheço alguma equipa que tenha condicionantes. Relativamente à competição, estamos a agir com normalidade.»
Apoios: «Cada clube é obrigado a ter um protocolo de proteção, por exemplo aqui em Diessbach há essas medidas, como lista limitada de adeptos, podemos ter espetadores, dentro de uma limitação. Aqui há preocupação, mas há a tentativa de ajudar os clubes. Aqui, se fecharem as portas aos espetadores o desporto amador acaba. Porque não há patrocínio se não houver visibilidade, os clubes sobrevivem graças à bilheteira e ao bar. Ao nível de testes só são feitos se houver sintomas.»
Expectativas: «Podemos esperar um Diessbach mais consolidado, pois apenas mudamos um jogador, seremos uma equipa mais forte e mais experiente. Os nossos objetivos passam por ganhar, lutar pelos títulos aqui na Suíça e integrar os jovens. Tenho um jogador com 17 anos que é titular e no futuro poderá ser uma referência do hóquei suíço».
Objetivos: «Eu poder acrescentar algo ao hóquei suíço seria um orgulho para mim. Nem que seja com um jogador, se eu conseguir ajudá-lo a crescer é um orgulho, mas o hóquei suíço tem aproveitado a presença de várias figuras da nossa modalidade aqui para crescer como o Pedro Alves, o Orlandi e agora o Dolce, portanto isso para mim são mais valias e se poder entrar nesse lote é bom. Acredito no meu trabalho e naquilo que tenho feito. No primeiro ano como treinador ganhamos a taça e perdemos a final do play-off, apesar de termos sido melhor. Acredito que aqui já criámos uma identidade, uma linha de pensamento para os jogadores e equipa e crescemos muito nos últimos anos».
A Europa: «Estávamos a ver sorteio da Liga Europeia e os meus jogadores queriam que calhasse o FC Porto ou o Sporting pois já jogaram a na Luz. E isto explica muito o que Liga Europeia traz a esta gente, é a experiência. Quase nenhum jogador da minha equipa jogou no Palau Blaugrana e esta experiência e motivação que a Liga Europeia nos traz. Há anos que eles, aqui no Diessbach, queriam que calhasse o Barcelona. Por isso, ter Benfica e Barcelona é incrível, mais o Bassano que é um histórico. Se queremos ser melhores temos de jogar com os melhores».