Paço D'Arcos, o histórico que se quer manter entre os grandes

A época de hóquei em patins vai arrancar com a prova de acesso à 1ª divisão. Uma competição disputada a apenas uma volta, com seis equipas, e onde as três primeiras classificadas vão garantir vaga para disputar a principal competição do hóquei em patins em Portugal.

O zerozero falou com os treinadores e vai apresentar-lhe as equipas, as suas ideias, as grandes dificuldades de voltar a treinar ao fim de quase cinco meses paragem, os jogadores e os desafios para uma temporada diferente e exigente.

O Paço D’Arcos é um dos emblemas mais históricos e icónicos do hóquei em patins português. Os oito títulos de campeão nacional, entre os anos 40 e 50, fazem do clube da Linha do Estoril um dos mais titulados e só são superados pelos três grandes. A conquista da antiga Taça CERS em 2000 reforçou o estatuto do clube.

Na última temporada o Paço D’Arcos viu-se embrulhado na luta pela manutenção e aquando da pandemia do Covid-19, que levou à suspensão do campeonato e posteriormente ao seu cancelamento, ocupou a zona de descida, a um ponto de distância da Juventude de Viana.

Plantel: Com uma aposta constante na formação o CD Paço D’Arcos não mudou a matriz para esta temporada e apostou igualmente na continuidade com a permanência de oito jogadores. Os únicos reforços foram Dário Santo vindo o Alenquer e Benfica e Ricardo Barreiros da Oliveirense.

A estrela: Ricardo Barreiros é o super craque neste regresso à Casablanca. O experiente jogador, que cresceu e fez-se jogador no PA, viu chegar ao fim a sua ligação à Oliveirense e à região Norte da Península Ibérica, após as passagens pelo Liceo da Corunha e FC Porto, e regressou ao seu 'porto de abrigo'. Com ele leva títulos, ganhou praticamente tudo, e experiência que pode ser determinante para os objetivos do Paço D’Arcos para a próxima época.

Barreiros está de volta ao Paço D'Arcos depois de 17 épocas ©UD Oliveirense

Treinador: Miguel Dantas é um nome mais que conhecido no CD Paço D’Arcos. O jovem treinador vai cumprir apenas a terceira temporada como treinador principal sénior, mas já esteve na 1ª Divisão quando treinou no Oeiras. No Paço D’Arcos vai ter um desafio quase umbilical, uma vez que foi ali que começou a jogar e terminou a carreira como jogador.

Miguel Dantas: «Tenho uma vantagem que é ter jogadores da I Divisão»

A missão de treinar o clube onde terminou a carreira de jogador: «Quando somos jogadores pensamos que é tudo mais complicado para nós, mas a vida de treinador é sempre muito mais complicada. Temos a ambição de continuar com o Paço de Arcos na I Divisão e é assim que trabalhamos todos os dias.»

Miguel Dantas está regresso ao Paço D'Arcos para ser treinador ©Facebook Paço D´Arcos

Situação atual: «É uma situação muito diferente. Não há nenhum contexto que identificamos como tal. Este é um projeto que eu tenho muito carinho, muito porque é o clube onde eu comecei e terminei. Tive a sorte de agarrar este projeto, que eu abraço com a maior dedicação possível. Falo muito na paixão do hóquei e nós temos de viver assim, cada vez mais.»

O que esperar do Paço de Arcos? «A ideia do Oeiras sempre foi trabalhada por mim, da mesma forma que trabalho no Paço de Arcos, mas agora tenho uma vantagem que é ter jogadores da I Divisão, que não tenho dúvidas em dizer que são.»

Como se preparam as finais? «Temos de preparar como se fossem mesmo finais. O psicológico do jogador afeta muita coisa. Tens de idealizar um sistema de jogo sem saber se vais estar na I ou na II Divisão. É muito abrangente. Por isso é muito difícil trabalhar. Eu acredito que esta equipa é de Primeira.»

A incerteza de não conhecer o adversário: «É difícil porque não sabemos em que pontos eles se encontram. Eu tenho conhecimento das ideias dos treinadores e dos jogadores, mas até que ponto é que o treinador teve influência na equipa? É uma incógnita.»

Influência de Ricardo Barreiros: «Não podemos esconder que é fundamental o Ricardo fazer parte do nosso plantel. Sou um privilegiado de tê-lo a trabalhar comigo, é um trabalhador nato. Cada vez mais tem ajudado, o que é produtivo e eu não posso esconder essa abertura.»

Os grandes receios: «O meu maior receio é saber como vou encontrar a minha equipa em pista.»

	Nome	Posição	Dt. Nascimento
1	Diogo Rodrigues	GR	1994-04-04
12	José Silva	GR	2001-09-05
2	Tiago Gouveia	D/M	1993-11-05
9	Filipe Fernandes	D/M	1998-11-11
53	Pedro Vaz	D/M	1992-02-12
77	Dário Santo	D/M	1991-05-22
4	Nélson Ribeiro	AV	1985-09-18
5	João Sardo	AV	1996-02-15
7	Ricardo Barreiros	AV	1982-01-17
74	Bruno Frade	AV	2000-01-08