De Barcelona para Lisboa. Com Messi em destaque, o Barcelona superou (3x1) o desafio italiano e vai marcar presença na fase final da Liga dos Campeões. Nélson Semedo levou a melhor sobre Mário Rui num jogo em que o conjunto catalão não foi brilhante, mas foi eficaz e contou com Messi em excelente nível para eliminar a equipa de Gattuso, que apesar de alguns bons momentos não conseguiu rivalizar com a formação de Quique Setién.
O empate a uma bola na primeira mão dava alguma confiança ao Nápoles, apesar da desvantagem na eliminatória, mas o Camp Nou não tem sido um palco fácil para quem joga na condição de visitante na Liga dos Campeões. O Barcelona não perdia há 35 jogos e manteve a tradição, apesar da boa entrada da equipa de Nápoles. Os italianos tiveram momentos interessantes, assustaram logo no primeiro minuto de jogo com um remate de Mertens que embateu no poste de Ter Stegen, mas tiveram dificuldades para ultrapassar a defensiva catalã.
O bom momento do Nápoles durou apenas 10 minutos, o tempo que o Barcelona demorou a abrir o ativo. Sem ter chegado com perigo à baliza de Ospina, os catalães acabaram por fazer o 1x0 através de um pontapé de canto polémico. Rakitic cobrou o canto e Lenglet subiu mais alto do que toda a gente para bater o guardião do Nápoles, no entanto o francês empurrou claramente um adversário. O árbitro da partida e o VAR não acharam que o empurrão fosse suficiente para ser considerado falta e com isto o Barcelona cresceu e o Nápoles desapareceu por completo.
No melhor período catalão, Messi foi o grande destaque. O argentino pegou na equipa e foi brilhando com bola, com o momento alto a surgir apenas 13 minutos depois do golo de Lenglet. Praticamente sozinho, o capitão do Barcelona driblou vários adversários, ganhou alguns ressaltos e em queda, quando parecia improvável, rematou em arco. Ospina ainda tocou, mas o remate do argentino foi demasiado colocado para o colombiano conseguir evitar o 2x0. Um momento de brilhantismo normal para Leo Messi, que pouco depois voltou a marcar com classe, mas aí viu o golo anulado pelo VAR por ter tocado na bola com a mão no momento da receção após um excelente passe de Frankie de Jong, também a realizar uma excelente partida.
Durante 40 minutos só foi dando Barcelona e aos poucos o Nápoles foi cometendo erros que a este nível se pagam caros. Um deles acabou mesmo por custar o 3x0. Tantas vezes elogiado, Koulibaly distraiu-se e apanhou Messi ligado à corrente. O argentino pressionou e ganhou um penálti que parecia improvável e que Suárez converteu para quase sentenciar a eliminatória pouco antes do intervalo. No entanto, a equipa italiana também teve direito a grande penalidade. Insigne converteu-a e com isso o Nápoles igualou os golos fora do Barcelona, ficando com 45 minutos para marcar dois golos e não sofrer nenhum para conseguir bilhete para Lisboa.
Esse golo do capitão napolitano ajudou a equipa de Gattuso a voltar novamente mais forte do balneário, mas os problemas da primeira parte voltaram a surgir. Mesmo sem que o Barcelona conseguisse ser eficaz sem bola (Setién mostrou várias vezes o seu desagrado), a equipa de Gattuso também não teve eficácia quando conseguiu ter a posse do seu lado. O Barcelona jogou na expectativa e com isso acabou por sofrer alguns sustos - Milik teve um golo anulado e Lozano acertou no poste -, em particular depois das alterações operadas por Gattuso, que deu mais poder ofensivo a uma equipa que até então tinha tido dificuldades para entrar no último terço.
As intenções foram boas, a exibição na segunda parte, apesar de não ter tido golos, foi melhor do que na primeira, mas o Barcelona conseguiu gerir e controlar a partida, garantindo assim a continuidade na Liga dos Campeões e, por agora, a sobrevivência de Quique Setién no comando técnico dos blaugrana. A 14 de agosto, no Estádio da Luz, há uma espécie de final antecipada entre Barcelona e Bayern de Munique. Pela amostra deste sábado, os catalães só podem estar confiantes caso Messi tenha um daqueles jogos (o argentino destacou-se na primeira parte, mas depois desapareceu). O Nápoles, que para a próxima época não vai estar na Liga dos Campeões, acaba por sair do Camp Nou de cabeça erguida, mas, tal como tem acontecido nos últimos tempos com todas as equipas na Liga dos Campeões, saiu sem vencer da fortaleza catalã.
O argentino foi o fator diferenciador neste Barcelona, uma vez mais. Marcou um golaço, sofreu o penálti que resultou no golo de Suárez e ainda fez mais um belo golo que acabou anulado por mão na bola. Com bola, o camisola 10 trouxe encanto à partida.
A equipa de Gattuso entrou bem em cada uma das partes, mas teve sempre o mesmo problema: chegar à frente. A formação italiana não conseguiu ligar jogo no último terço e exceção feita a um remate de Mertens ao poste não assustou Ter Stegen, conseguindo chegar ao golo apenas de grande penalidade.
Tal como aconteceu no Juventus x Lyon, também aqui a equipa de arbitragem cometeu falhas. Se Messi parece mesmo ter tocado na bola com a mão, daí o golo bem anulado, é estranho que o de Lenglet não tenha sido invalidado. O francês fez falta clara antes de cabecear para o fundo das redes de Ospina, mas o árbitro e o VAR assim não entenderam.