A UEFA anunciou esta sexta-feira o resultado das auditorias aos clubes que estiveram em regime de monitorização e a cumprir settlement agreements - ou acordos de liquidação - durante a época 2019/20 no âmbito do fair play financeiro.
À imagem do que havia acontecido no ano passado, o FC Porto cumpriu «parcialmente» os objetivos definidos com a UEFA para a temporada. Na prática, o organismo reconhece o esforço do clube portuense mas mantém em 2020/21 as restrições que haviam já sido impostas na inscrição de jogadores na lista A (23, ao invés de 25) e em jogadores recém-transferidos. Voltam a ser restrições bem mais suaves do que aquelas aplicadas na época 2017/18, mas o clube continuará em regime de monitorização financeira.
Recorde-se que o FC Porto falhou o acesso à Liga dos Campeões, o que reduziu drasticamente as receitas dos dragões, mas na próxima época tem já presença garantida na prova milionária, tendo assim oportunidade de sair na totalidade da alçada do fair play financeiro.
Galatasaray (Turquia), Kairat Almaty (Cazaquistão) e Maccabi Tel-Aviv (Israel), que estavam também a cumprir acordos de liquidação, cumpriram na totalidade os objetivos traçados pela UEFA, mas continuarão a ser monitorizados. O Cluj (Roménia) cumpriu na totalidade os objetivos e deixou de estar sob a alçada do organismo.
Por outro lado, Lille (França), Istanbul Basaksehir (Turquia) e Wolverhampton (Inglaterra) não cumpriram as regras do fair play financeiro e receberam restrições tanto a nível financeiro como de inscrição de jogadores.
O clube francês, que tem Luís Campos como diretor desportivo, não poderá ultrapassar os 20 milhões de euros de défice em 2021 e os 10 milhões de défice em 2022. São também impostas de imediato restrições salariais e de outros gastos financeiros e serão retidos pela UEFA até 9 milhões de euros referentes a receitas oriundas da prestação em provas europeias. Além disso, o Lille só poderá inscrever 22 jogadores na lista A para as próximas duas épocas e apenas poderá inscrever jogadores recém-transferidos se assegurar um saldo positivo entre jogadores vendidos e comprados.
O clube turco tem restrições semelhantes a nível financeiro, embora com valores inferiores: o défice não poderá ultrapassar os 10 milhões em 2021 e terá de ser anulado em 2022. Serão retidos até 1,5 milhões referentes às receitas das provas europeias e serão aplicadas as mesmas restrições a nível de inscrição de jogadores que aquelas aplicadas ao Lille.
Por fim, o Wolverhampton, que tem Nuno Espírito Santo como treinador, não poderá ter um défice superior a 30 milhões no final deste ano de 2020, terá restrições semelhantes no pagamento de salários e serão retidos até 0,6 milhões referentes às receitas de competições europeias. O clube poderá inscrever um máximo de 23 jogadores na lista A.