Não foi uma exibição brilhante, longe disso, um pouco à imagem do que tem sido o Benfica nesta segunda fase do Campeonato, mas foi o suficiente para as águias conquistarem os três pontos na receção ao Vitória SC (2x0) e impedirem a festa antecipada do título na cidade do Porto.
Não há ilusões. O título é uma autêntica miragem para os lados da Luz, pois só um verdadeiro milagre, entenda-se três derrotas do FC Porto e três vitórias do Benfica neste sprint final, poderia evitar que a taça de campeão nacional seguisse o seu trajeto até ao Norte do país.
Claro que ninguém atira a toalha ao chão, como tantas vezes se aplica na gíria futebolística, mas a verdade é que de forma (in)consciente os encarnados desistiram há muito de lutar pelo primeiro lugar. Os resultados não têm sido os melhores e as exibições não são mais do que o reflexo desses mesmos resultados. Seja na Madeira ou na Luz, seja em Famalicão ou... outra vez na Luz.
Nuno Tavares, um dos que mais tem acusado o peso da camisola e a pressão do momento, não teve vida fácil para travar a irreverência de Marcus Edwards. O inglês foi um cabo dos trabalhos para o lateral e teve o golo nos pés, aos 19 minutos, quando fletiu para dentro e rematou de esquerdo para a barra da baliza à guarda de Odysseas.
O guarda-redes helénico também tem culpas no cartório, mas de forma positiva. É que o camisola 99 negou o golo a Bruno Duarte (23') e Mikel Agu (27'), com duas defesas à queima-roupa, daquelas que valem pontos!
Pouco depois da meia hora de jogo, Veríssimo viu-se forçado a tirar Julian Weigl, num dos lances que fica marcado na história do jogo. Amarelado desde o minuto 22, o médio germânico arriscou o segundo amarelo em duas ocasiões e, perdoado pelo árbitro Hugo Miguel, não teve o perdão do treinador das águias. Entrou Florentino e entrou muito bem, a tempo de assistir em canto ao golo de Chiquinho, completamente contra a corrente do jogo.
Primeira parte ingrata para o Vitória Sport Clube. A equipa de Ivo Vieira criou mais e melhores oportunidades, mas faltou uma pontinha de sorte e um Odysseas menos inspirado.
Era preciso uma nova atitude para a segunda metade e as entradas de Rafa Silva e Haris Seferovic, para os lugares de Pizzi e Carlos Vinícius, respetivamente, acabaram por oferecer uma nova dinâmica ao ataque do Benfica.
Rafa Silva cruzou pelo corredor direito e o internacional helvético antecipou-se a toda a gente para desviar para o fundo da baliza vimaranense.
Com este resultado, o Benfica encurta a distância para o líder, agora a cinco, mas com mais um jogo e apenas com seis pontos para disputar, enquanto o Vitória despede-se praticamente da Europa.
... nos momentos certos. O Benfica acaba por fazer dois golos esta noite na Luz, ambos em momentos em que o Vitória SC até estava melhor no jogo. Mas com eficácia as coisas alteram-se facilmente.
O Vitória SC conseguiu criar muitos problemas ao Benfica, muito por culpa de algumas debilidades do ponto de vista defensivo. Houve momentos em que o desnorte foi completo.