Foi uma volta inteira como penúltimo, mas acabou a travessia do Portimonense na zona de descida. A equipa algarvia venceu (2x1) o Boavista esta terça-feira e consegue finalmente respirar os ares da manutenção, vários meses depois. Curiosamente, foi com o empate (1x1) no Bessa que o Portimonense caiu para a zona vermelha (Paços de Ferreira venceu o Moreirense e ultrapassou a equipa então treinada por Folha) e, agora, é com a vitória contra os axadrezados que os algarvios saem dessa posição.
Sem Bueno e com Yusupha na costas do avançado, neste caso Nikola Stojiljkovic, cedo se percebeu que o Boavista ia tentar fazer tudo com mais velocidade do que com construção. Isso não resultou e o Portimonense foi dono e senhor dos primeiros 45 minutos.
Helton Leite ainda adiou por duas vezes o golo à equipa da casa (defesas a remates de Lucas Fernandes e Júnior Tavares), mas ainda antes dos primeiros 15 minutos já o Portimonense estava a vencer de forma natural. O primeiro golo surge num pontapé de canto, aproveitado de cabeça pelo central Willyan Rocha.
Nem o golo acordou os nortenhos que continuaram a sofrer para segurar Lucas Fernandes, Tabata e Boa-Morte que, pelas suas constantes explorações da profundidade, iam causando muitos problemas à defesa forasteira. Por isso, não foi uma grande surpresa quando surgiu o 2x0. Após uma grande jogada de Boa-Morte, Bruno Tabata é travado em falta na área por Obiora (já tinha falhado na marcação no lance do primeiro golo) e Lucas Possignolo aproveitou para fazer o 2x0.
Foi depois desse momento, aos 59 minutos, que o Portimonense voltou a pegar no jogo. Aí apareceu novamente Helton Leite, com três defesas monumentais, que mantiveram o Boavista ainda com esperança no jogo. Só que a vontade dos axadrezados em estarem mais subidos no terreno, dava espaço aos jogadores algarvios. Com espaço, Tabata arrancou e acabou por ser travado por Yusupha, que já tinha amarelo e acabou expulso.
Curiosamente, o Boavista até chegou ao golo a jogar com 10. Um livre marcado de forma perfeita por Marlon lançou a incerteza para os últimos minutos, testando a força psicológica de um Portimonense que sabia da necessidade de vencer.
Apesar do sofrimento e dos nervos, a equipa de Paulo Sérgio segurou mesmo a vantagem e está agora bem mais vivo na luta pela manutenção. Faltam seis pontos, mas a equipa algarvia está agora a depender apenas de si para se manter.
Claro que a primeira parte do Portimonense e o facto de os algarvios terem conseguido sair da zona vermelha da tabela é algo que se retira de positivo no jogo, mas vamos também destacar este Boavista. Destacar porque a equipa de Daniel Ramos teve uma má primeira parte, emendou a mão no segundo tempo e, mesmo com 10, ficou perto de empatar o jogo. Para além disso, mostrou que, apesar de já ter o seu campeonato feito a nível de manutenção, os axadrezados mostraram que não estão nesta reta final de campeonato apenas para cumprir calendário.
Daniel Ramos, talvez por uma questão física, não colocou Alberto Bueno de início e isso afetou muito a equipa axadrezada no primeiro tempo. Sem o avançado o Boavista não conseguiu ter construção de jogo e viu-se a perder por 2x0 ao intervalo. Com o espanhol viu-se outro Boavista e, mesmo com 10, os axadrezados encostaram o Portimonense às cordas.
Não é um bom árbitro e isso vê-se neste tipo de jogos. Muitos pequenos erros que prejudicam as duas equipas e o jogo em si. Ainda assim, o jogo não teve casos complicados e a expulsão era «limpinha».