Com uma oportunidade para pressionar os adversários diretos pela Europa, o Rio Ave não foi capaz de se superiorizar a um Marítimo sem pressão e somou apenas um ponto (0x0) no quinto lugar, correndo o risco de ser apertado na tabela.
A mostrar alguma dificuldade a adaptar-se ao adversário, os vilacondenses chegaram mesmo a temer a derrota, numa partida onde Kieszek acabou por ser considerado o melhor em campo.
Os vilacondenses chegaram à ilha com o objetivo da Europa em mente e os três pontos eram imperiais se quisessem manter a pressão sobre os rivais. Do outro lado estava uma equipa com a permanência assegurada e com pouco a perder, o que muitas vezes significa menos problemas em arriscar.
O Marítimo tinha a lição bem estudada e uma estratégia capaz de causar dificuldades ao Rio Ave, que, apesar de ser uma equipa habituada a ter bola e a sair de forma apoiada e com qualidade, sentiu problemas perante a alta pressão insular.
Piazón foi o primeiro a ameaçar, fazendo Amir esforçar-se. Esta foi, no entanto, uma das poucas oportunidades da equipa na primeira parte, devido à tal dificuldade em chegar com critério ao ataque. O destaque do lado dos homens de José Gomes foi Milson, a surpresa no onze da última jornada, e o melhor em campo.
Em lados apostos, era o angolano e Nanu que causavam as dificuldades à defensiva do Rio Ave, graças à velocidade. Apesar de tudo isto, os primeiros 45 minutos resumiram-se muito em pressão de ambos lados e muito pouca presença nas áreas.
A segunda metade, contudo, trouxe outro ritmo ao jogo, e logo a abrir. Taremi e Filipe Augusto ameaçaram logo nos primeiros cinco minutos, antes da resposta insular. O irrequieto Milson continuou a dar dores de cabeça e também alertou Kieszek.
Os dois lados foram causando calafrios, com destaque para René Santos, muito seguro na defesa e o autor de um golo que acabou anulado por posição irregular. Com um jogo mais partido, os vilacondenses não foram superiores o suficente para justificar a vitória e só o guarda-redes polaco evitou um descalabro maior.
Na verdadeira grande oportundidade da segunda parte, Rodrigo Pinho teve tudo para inaugurar o marcador, mas Kieszek negou o golo. Com a maior pressão de somar os três pontos, a equipa de Carlos Carvalhal não conseguiu ameaçar a baliza de Charles nos minutos finais e o jogo arrastou-se até ao apito final, com um dos lados visivelmente mais satisfeito que outro.
Com o ponto somado, o Rio Ave igualou a sua melhor participação de sempre no principal escalão do futebol português, com 51 pontos. Na época de 2017/18, a equipa então orientada por Miguel Cardoso também somou o mesmo número de pontos, mas em 34 jornadas. A equipa de Carlos Carvalhal ainda tem duas oportunidades para melhorar, ao mesmo tempo que procura segurar o lugar europeu.
Apesar de não ter tido direito a golos, a segunda parte foi uma melhoria a nível exibicional de ambos os lados e permitiu que acontecessem mais oportunidades. Mérito para os guarda-redes, que impediram que as equipas quebrassem o nulo.
Contra um adversário sem um objetivo concreto, o Rio Ave tinha obrigação de vencer e garantir que a sua vantagem no quinto lugar acabasse inalterada, independentemente dos resultados dos rivais. O resultado foi um ponto que sabe a pouco.
Cláudio Pereira teve um trabalho acessível, numa partida onde foram escassas as presenças na área de ambas as equipas. Até o capítulo disciplinar foi calmo.