Predadores e presas fáceis

Aproveitar erros de outros também implica arte, e Sporar pintou um belo quadro. Dois remates (que mais foram encostos, precedidos de um bom corte e um bom drible), dois golos. Eficácia máxima e o primeiro bis com a camisola do Sporting. Foi ainda uma ameaça no jogo aéreo, embora os golos tenham surgido rentes ao chão.

Foi uma das surpresas no onze e depois de tantos pontos positivos na exibição individual não será fácil tirá-lo da equipa inicial. Enorme capacidade na condução de bola e nas diagonais de aproximação à área. Num Sporting com alguma tendência para baixar o ritmo, era ele quem o compensava. Podia ter originado mais golos, saiu com uma bela assistência para Sporar.

O primeiro pontapé no tédio da longa paragem que ficou para trás foi dele, com um remate que quase deixava Maximiano em apuros. Como é habitual, não teve medo de ter bola e foi em parte graças a ele que o Vitória foi quase sempre a equipa com mais intensidade. Fez o golo do empate, de forma oportuna, e mereceu-o.

Primeiro jogo pelos graúdos do Sporting, primeira grande exibição. Foi o melhor dos três centrais num 3x4x3, e com os companheiros que teve isso é dizer muito. Por ali, os perigosos elementos ofensivos do Vitória não descobriam saída. Indica o playmaker que foi o jogador com mais ações com bola, passes, interceções... querem mais?

...que marcou dois golos em Paços de Ferreira. Passaram-se quase três meses, mas João Carlos Teixeira conseguiu manter a veia goleadora que estava a mostrar antes do hiato. Recebeu de Joseph depois do erro de Maximiano, atirou a contar. Também um jogo positivo no capítulo do passe, embora não espetacular.

Era difícil fazer pior no lance que deu o primeiro golo. A saída foi mal ponderada, terrivelmente executada, Sporar agradeceu. Um exemplo claro de como o futebol está mais suscetível a erros depois de tanto tempo sem jogos. No segundo golo, não conseguiu acompanhar o mesmo Sporar, que o contornou com alguma facilidade.

Ficou ligado diretamente ao primeiro golo do Vitória, pela forma como entregou a bola a Joseph perante a pressão alta dos adversários. É daquelas coisas que podem acontecer a qualquer um, mas é daqueles momentos com potencial para decidir jogos. No segundo tento parece também exibir alguma falta de concentração.

Foi um jogo com várias perdas de bola nas primeiras fases de construção e Battaglia foi talvez quem mais o evidenciou. Sem qualidade no transporte da bola, perdeu-a uma série de vezes deixando os leões sujeitos à resposta. Além disso, pouco acrescentou a nível defensivo ou ofensivo.