«Tive proposta de 60 milhões por Vinícius e não vendi. Prevíamos vender dois jogadores por 100 milhões cada»

Luís Filipe Vieira concedeu esta segunda-feira uma entrevista à BTV em que abordou o passado, o presente e o futuro do Benfica, assim como o efeito da pandemia Covid-19 no desporto.

O líder do clube encarnado abordou diversas questões de mercado, desde a venda de João Félix às vendas que estariam mais ou menos previstas antes do início da pandemia.

Sobre a venda de João Félix ao Atlético Madrid, Vieira vincou: «É preciso saber como o mercado funciona. As pessoas têm de entender que há intervenientes no mercado. Há empresários. Neste caso concreto, foi o Jorge Mendes. Tínhamos um contrato assinado, passámos a cláusula de 60 para 120 milhões de euros, assinámos que a Gestifute teria 10% de comissão. Foi o que ficou. Ainda hoje pensam que o dinheiro não entrou no Benfica. Ou é inveja ou está institucionalizado em alguma gama de sócios, que só querem dizer mal. Esta foi uma das vendas mais apreciadas na Europa. Um jogador formado no Benfica, com um percurso de seis meses a jogar. A venda mais cara no futebol foi esta, principalmente pelos meses que tinha a jogar».

O presidente dos encarnados garantiu que não irá vender jogadores «ao desbarato», admitindo porém que ninguém sabe que rumo a situação virá a tomar nos próximos meses: «Se os anéis tiverem de ir, vão, os dedos vão ficar. Se houvesse uma situação terrível de rutura financeira, não tenho dúvidas que o nome do Benfica estará acima de todos nós. Não quero o nome do Benfica na praça pública. Hoje o Benfica é dos clubes mais respeitados do mundo. Se houver uma crise muito profunda, garanto-lhe que se tiverem de ir os anéis vão os anéis, mas ficam os dedos. À data de hoje o Benfica não precisa de vender jogadores. Daqui a dois ou três meses não sei o que posso estar a dizer».

Vieira deixou ainda algumas revelações em relação ao pré-pandemia no que toca ao mercado: «Em janeiro recebi uma proposta de 60 milhões pelo Vinícius e não vendi. Não digo para onde era. Ele está tabelado em 100 milhões. Uma coisa posso garantir: este ano, se não fosse a pandemia, o Benfica tinha dois jogadores praticamente vendidos por 100 milhões de euros cada um, 200 milhões. Neste momento é impossível, não vale a pena falar nisso».