Apesar das restrições financeiras e do «mar de incertezas» que se vive atualmente, o Benfica está a construir equipas para lutar por todas as competições nacionais. A garantia foi dada por Rui Lança, diretor das modalidades coletivas de pavilhão dos encarnados, em entrevista à BTV.
«Será o mesmo antes da COVID, ou seja, formar e construir equipas para lutar por todas as competições nacionais. Mas a verdade é que temos uma realidade distinta, além de estarmos a preparar a próxima época, estamos a trabalhar ainda no término da presente temporada ao salvaguardar o regresso dos atletas aos seus países de origem e a perceber qual será o contexto desportivo e social da próxima época», começou por referir.
«Apesar de a COVID poder estar a ter um impacto futuro menor relativamente ao que podíamos inicialmente supor, a verdade é que estamos num mar de incertezas, não podemos fazer grandes planos nem a curto quanto mais a médio/longo prazo», continuou.
Já sobre a formação do plantel da equipa de basquetebol para a próxima temporada, Rui Lança destacou a importância de «cimentar o produto da Formação Benfica» e revelou que o plano passa por segurar a base e fazer adições criteriosas.
«Os plantéis serão um pouco mais curtos daquilo que é o habitual, para fazer face às restrições e constrangimentos, mas o basquetebol vive muito este contexto, tem a sua cultura muito própria, que é a de que alguns dos reforços acabam por surgir muito perto do início dos campeonatos. Partindo do princípio que o quadro competitivo será similar, o nosso objetivo também, ao nível do que era a base de atletas, é manter e depois fazer escolhas criteriosas dos elementos que vão chegar», revelou.
«Tal como o futsal, temos também o constrangimento da regra dos estrangeiros, mas acreditamos que, pelo menos aqueles que eram os nossos objetivos iniciais, estão alcançados, que era manter a espinha dorsal da equipa. Aos poucos, a equipa técnica e o staff está a fazer as escolhas dos novos atletas no sentido de existir o menor número de trocas possíveis durante a época desportiva», acrescentou.
Por fim, o diretor das várias modalidades coletivas de pavilhão do Benfica abordou ainda o eventual regresso dos adeptos aos pavilhões na próxima temporada.
«Não sabemos que tipo de alterações irão existir nas próximas semanas ou próximos meses, mas penso que existem três fases. A primeira fase é o regresso da normalidade aos treinos, depois será o regresso dos quadros desportivos. Neste último ponto, o cenário já esteve mais negro, colocou-se em causa se as competições iriam começar em 2020, mas agora, com mais ou menos semanas de atraso, o regresso pode acontecer em setembro ou outubro», explicou.
«A introdução de adeptos penso que será numa terceira fase e vai depender de um conjunto de requisitos diferentes do futebol. Estamos a falar de pavilhões muito distintos, uns são muito recentes, outros são camarários, alguns são de escolas e há até pavilhões míticos que já foram palcos de grandes conquistas, mas que neste momento podem deixar um pouco a desejar por não terem condições ao nível dos balneários, de acesso para os dirigentes e para os adeptos. Para já, o esforço dos clubes e das federações é que exista competição, isso vai garantir que se mantenha o core business de cada clube», finalizou.