Aqueles que esperavam uma Bundesliga relançada depois do Der Klassiker podem ter ficado desiludidos. Uma vez mais, o Borussia Dortmund vacilou diante do rival direto e deixou o Bayern de Munique a sete pontos de distância, graças a um autêntico golaço de Kimmich, que deixa a equipa de Hansi Flick a um passo do título.
Sem o ambiente espetacular nas bancadas do Signal Iduna Park, as atenções estavam todas viradas para as quatro linhas e aí, embora o ritmo não seja o melhor e o tal ambiente não seja o habitual, o jogo não defraudou as expectativas, até pelo contrário, especialmente na primeira parte.
Aí, só o golo de Kimmich perto do intervalo fez a diferença. Antes houve períodos distintos, sem um denominador claro. O Dortmund começou bem e Haaland viu Boateng negar-lhe o golo em cima da linha quando ainda tinha sido jogado apenas um minuto e foi precisamente no período inicial da partida que os da casa tiveram o seu melhor período. O futebol em posse da equipa de Favre ia fazendo correr os homens de Hansi Flick, com Delaney a servir como comandante de uma ofensiva dinâmica, com Hazard, Brandt e Raphael Guerreiro a aparecerem bem nos primeiros minutos.
Depois a superioridade do Bayern já conhecida nestes duelos apareceu. Não foi clara, já o dissemos, mas parecia tudo planeado. Os bávaros convidavam o Dortmund a subir linhas, mas aos poucos era o líder do campeonato quem parecia mais perto do golo, que só não surgiu porque Pizczek fez o mesmo que Boateng e tirou o golo a Gnabry em cima da linha de golo. Foram 40 minutos muito interessantes e disputados taticamente, mas com o melhor guardado para perto do intervalo. Dizer que Kimmich foi inteligente e capaz no chapéu que fez a Burki é uma coisa, mas o melhor é mesmo ver o golaço do internacional alemão que colocou os bávaros em vantagem antes do intervalo.
Se os primeiros 45 minutos foram de duelo tático, os segundos 45 também tiveram tática, mas foram aquilo que na gíria é conhecido como uma coça. Hansi Flick não mexeu, ao contrário de Lucien Favre. O francês retirou Brandt e Delaney para fazer entrar Sancho e Emre Can. A intenção, claro, era melhorar e chegar à reviravolta, mas o Borussia Dortmund voltou pior do balneário.
Na antevisão à partida, Favre reconheceu que era preciso arriscar neste jogo para sonhar com o título, mas o risco mal calculado do técnico não foi benéfico para os da casa. Sem a mesma qualidade e quantidade de tempo com bola, o Dortmund foi subjugado por um Bayern experiente nestas andanças. Nesse período valeu Burki e um sempre concentrado Hummels, a segurarem um Dortmund que, à imagem de Jadon Sancho, entrou desconcentrado e, ao contrário do que se esperava, com um espírito algo derrotista.
Para dificultar ainda mais, Haaland não fez o melhor jogo ao serviço da formação da casa e até foi substituído com algumas queixas físicas num período em que o Dortmund tentava voltar a assumir as rédeas do jogo para continuar pelo menos a quatro pontos da liderança. O arriscar tudo quase foi a sentença final, não fosse o poste a negar o golo quase certo de Lewandowski. Do outro lado, Neuer foi Neuer na defesa estilosa a remate de Dahoud. No final deu o resultado mais habitual neste momento decisivo na Bundesliga. O Bayern venceu o Dortmund, desta vez fora de casa, e já vai a sete pontos. Xeque-mate?
0-1 | ||
Joshua Kimmich 43' |