Aleksander Ceferin: «O futebol não vai mudar por causa do vírus»

Aleksander Ceferin garante que o Campeonato da Europa se vai mesmo realizar em 2021. Em entrevista ao jornal Record, o atual presidente da UEFA recordou como a decisão de adiar o Euro foi tomada e deixou uma garantia: vamos ter Campeonato da Europa em 2021.

« [A decisão foi tomada] Na primeira semana de março. Ainda não sabíamos se poderíamos jogar, mas como as ligas tiveram de parar, sabíamos que as ligas e os clubes teriam problemas terríveis se empurrássemos o Europeu. Depois de pensarmos muito, pensei que, primeiro de tudo, promovemos união ao mostrarmos que somos a entidade que governa e que nos preocupamos com todos eles, ao mesmo tempo que não podíamos permitir que fossem os governos a cancelar o Europeu. Tinha de ser uma decisão nossa!», começou por dizer Ceferin, apostando um milhão de euros na realização da prova no próximo ano. 

«Sim, aposto. Não sei porque não se jogaria. Não penso que o vírus vá durar para sempre. Penso que vai acabar e mais cedo do que muitos pensam...», atirou o dirigente da UEFA, confiante no regresso gradual à normalidade. 

«Não acho que nada vá mudar para sempre. É uma nova experiência e quando nos livrarmos deste maldito vírus as coisas vão voltar ao normal. O futebol não mudou depois da Segunda Guerra Mundial ou da Primeira e não vai mudar por causa de um vírus. As pessoas já disseram muitas vezes que o Mundo não vai ser o mesmo. Até pode ser verdade, mas porque é que não pensamos que o Mundo será melhor depois do vírus? Porque não pensar que seremos mais inteligentes ou que, finalmente, vamos perceber como somos frágeis perante a natureza? Há sempre lições a aprender», sublinhou o dirigente esloveno.

Fair-play financeiro: «Estamos a considerar um imposto de luxo»

Por último, o líder do órgão que tutela o futebol europeu revelou ainda o que vai ser feito na área do Fair-play financeiro. Ao longo dos últimos anos têm sido impostas regras mais exigentes e sanções mais pesadas, mas segundo Ceferin, esta é uma luta que ainda está longe de terminar. 

«Se não seguirem as regras vão ser sempre sancionados. Mas claro que estamos a analisar os relatórios dos especialistas para melhorar os nossos regulamentos e todos os regulamentos e leis de qualquer país têm de ser monitorizados em todas as alturas e, se necessário, adaptados aos novos tempos. Mas isto não vai acontecer já. Estamos a pensar modernizar e em fazer algo sobre o equilíbrio competitivo. Estamos também a considerar algum tipo de imposto de luxo. Há muitas ideias, mas durante este período difícil parámos de pensar sobre as mudanças que podem vir no futuro. Agora temos de meter o navio na rota certa e estamos perto disso. Quando as coisas acalmarem, vamos voltar às tarefas antigas», concluiu o dirigente, recusando abordar a sanção imposta ao Manchester City, suspenso das competições europeias por duas temporadas.