Gelson Martins só vai poder regressar aos relvados em novembro. O jogador do Monaco foi alvo de seis meses de suspensão em março passado, depois de ter empurrado o árbitro num jogo da Ligue 1 [recorde aqui]. Porém, devido à pandemia e à consequente paragem dos campeonatos, o tempo de suspensão foi alargado até novembro.
Em entrevista ao jornal O Jogo, o internacional português recordou o que sucedeu a 1 de fevereiro [dia da expulsão] e revelou que percebeu, naquele momento, a gravidade da situação.
«Claro. Só senti alguma paz depois de ter ido ao balneário falar com o árbitro. Pedi-lhe desculpa e apresentei as minhas explicações. Nada justifica o que eu fiz, a minha atitude, mas tive a humildade de pedir desculpa pessoalmente ao árbitro e fechar aí esse capítulo. Entendi que foi uma atitude descontrolada, que normalmente não acontece comigo. Espero que tenha sido uma vez sem exemplo. Já deixei isso para trás. Vamos seguir em frente», começou por dizer o extremo que está a cumprir a sua segunda temporada no Principado.
«Estou feliz no Mónaco e é lá que tenho a minha cabeça, vivo o presente. O plano é dar o melhor agora», referiu o jogador de 25 anos.
Além da experiência no campeonato francês, o ex-jogador do Sporting recordou ainda a passagem pelo Atlético de Madrid, apenas por meia temporada. O jogador foi um dos que rescindiu aquando da invasão à Academia de Alcochete e ainda chegou a render 22,5 milhões de euros aos leões.
«Não correu bem pelo simples facto de que não casei com o treinador [Diego Simeone]. Não tivemos química. Era difícil. Não fui apenas eu. Houve muitos jogadores no Atlético Madrid com as minhas características, com a minha técnica, o meu estilo de jogo, que não se deram bem com aquele treinador. Era um treinador muito difícil, com ideias complicadas. Gostei de estar no Atlético Madrid, gostei dos adeptos e tenho pena de não ter jogado mais», referiu Gelson, acrescentando ainda a explicação para não ter tido sucesso.
«Quando se pretende mudar muita coisa num jogador que tem determinadas características é complicado. Sou um jogador que necessita de ter alguma liberdade em campo e quando tentam prender-me as coisas não correm muito bem», atirou o internacional luso, que considera que João Félix não terá esse problema.
«Acho que não. Aliás, não são situações similares. O João chegou num enquadramento diferente. É o mais caro da história do clube...O treinador tem de o deixar à vontade e não limitar a sua intervenção. Se lhe forem impostas muitas regras, não vai correr bem. Tenho a certeza que se o deixarem à vontade, o João terá grande sucesso no Atlético», concluiu.