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      Entrevista à Tribuna a 9 julho 2017

      (9julho2017) | Fernando Meira: «O diretor do Zenit foi comigo a um stand e mandou-me escolher o carro. Saí ao volante de um X6»

      2020/04/30 18:19
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      Entrevista da autoria da jornalista Alexandra Simões de Abreu da Tribuna Expresso, originalmente publicada a 7 de julho de janeiro de 2017 e que pode ser vista na publicação original aqui

      Começou a jogar futebol aos sete anos na cidade berço, para onde foi viver com a família depois de jogar vários anos no estrangeiro. Aos 39 anos, Fernando Meira recorda como foi dificil adaptar-se a Lisboa, aos 20 anos, fala da simpatia da policia na Rússia e na Turquia e explica por que se tornou agente de futebol.

      Esteve no Vitória de Guimarães dos sete aos 20 anos.
      Até aos 19; aos 20 fui emprestado ao Felgueiras e depois então regressei a Guimarães, fiz um ano na equipa sénior e no final da época fui vendido ao Benfica.

      Onde ficou uma época e meia.
      Sim, na altura foi a transferência mais cara do futebol nacional. Depois do Benfica para o Estugarda foi a transferência mais cara de sempre do Estugarda.

      Quando foi para o Benfica levou mulher e filho. Casou cedo.
      Com 20 anos. Com 21 anos, quando fomos para o Benfica, o nosso filho tinha só um mês e meio. Foi uma época dura.

      Porquê?
      Quando sai do Vitória o Edgar tinha acabado de nascer, éramos dois jovens e ir para uma cidade como Lisboa foi um grande passo para nós.

      Não tinham família nenhuma em Lisboa?
      Não. Mas tivemos uma família que nos ajudou bastante e foi excelente connosco. O Sr. Evaristo e a D. Graça, do restaurante “Solar dos Presuntos”. Ainda hoje somos grandes amigos. Se não fossem eles, a nossa estadia em Lisboa teria sido mais difícil.

      Já os conhecia?
      Não. Fomos um dia ao restaurante, eles são de Monção, viram-nos tão novinhos a chegar a uma cidade grande, gostaram de nós, sentimo-nos tão à vontade com eles que se tornou um hábito lá irmos diariamente. Acabámos por criar uma grande amizade. Receberam-nos muito bem e foi para nós como a nossa casa em Lisboa.

      Mas a adaptação a Lisboa foi assim tão difícil porquê?
      Porque o Benfica também vivia tempos difíceis. Eu apanhei três presidentes e quatro treinadores. Apanhei o Vale e Azevedo, o Vilarinho e quando saí já era o Luís Filipe Vieira. Não foi nada fácil.

      Arrependeu-se de ter ido para o Benfica?
      Não, nunca. Cheguei ao Benfica e na segunda época já era capitão. Isso demonstra a falta de mística que o clube tinha na altura. Foi uma honra enorme ter jogador no Benfica. É um clube que irá marcar-me para sempre, como é lógico.

      A sua mulher nunca quis voltar para Guimarães?
      Não. A minha mulher, a Daniela, foi e continua a ser a peça fundamental na minha vida, para o meu equilíbrio enquanto pessoa e enquanto jogador. Se não fosse a presença dela na minha vida não teria tido o sucesso que tive. Sempre me acompanhou, sempre me orientou e é de facto a luz da minha vida.

      ©Getty / Ross Kinnaird

      E a ida para o Estugarda?
      Foi muito diferente. Tive de analisar muito bem porque significava ir para um país diferente, com outra língua, outra cultura, ainda para mais numa altura em que o inverno lá é muito acentuado. Para uns jovens de 21 anos muito agarrados às raízes em Guimarães, àquilo que é a nossa paixão, a nossa família e amigos, não foi fácil partir para essa aventura. A nível económico foi um salto excelente na minha carreira e havia aquele desejo de jogar no estrangeiro.

      Foi ganhar quanto mais?
      No primeiro ano fui ganhar dez vezes mais do que ganhava no Benfica.

      Ganhava mal no Benfica?
      Tinha um contrato baixo. Também porque vinha do Vitória, onde ainda era mais baixo (risos).

      Estava a dizer que a adaptação não foi fácil...
      Sim, para a minha mulher sobretudo foi muito complicado, teve muita dificuldade porque a língua era de facto uma barreira. Estivemos um mês num hotel, depois estivemos mais duas semanas numa casa, sempre com carros emprestados. Na altura tivemos uma pessoa que também foi muito importante para nós, na Alemanha, o Domingos Piedade, que na altura trabalhava na Mercedes. Foi ele quem nos emprestou um carro com que andamos quase dois meses. Ele viu que estávamos a chegar a uma nova realidade e apoiou-nos bastante. Houve outra família que conhecemos lá e que também se tornaram muito importantes para nós, o Vítor e a Andreia Sereno, ele na altura era o cônsul português em Estugarda. Hoje em dia está em Macau e já os visitamos em Macau. Temos uma ligação muito forte e foram essenciais, os nossos tempos livres eram passados em família, apoiaram-nos sempre. Em Estugarda no primeiro ano decidimos morar fora da cidade, numa aldeia muito pacata.

      Porquê?
      Somos de Guimarães, passamos para Lisboa e depois quando vamos para a Alemanha, tendo oportunidade de morar numa aldeia, numa zona mais calma, mas estando perto do centro e dos campos de treino do Estugarda, era o que queríamos. Sempre fomos uma família muito reservada, muito dada à tranquilidade, longe dos holofotes, nunca quisemos muito esse estrelato, e escolhemos um apartamento num edifício novo nessa aldeia.

      Esteve sete anos na Alemanha. Ficaram sempre aí?
      Não. No segundo ano fomos para uma casa maior numa outra aldeia mais perto do centro. Era uma casa enorme com garagem, com jardim. E no quinto, sexto e sétimo anos já fomos para o centro de Estugarda, para um prédio onde unimos três apartamentos, no último andar. Estugarda era uma cidade muito organizada, muito segura, com excelente nível de vida e uma comunidade portuguesa muito agradável e unida, como todas as comunidades portuguesas no mundo.

      O que os fez mudar para o centro da cidade?
      O nosso filho cresceu e tínhamos de tomar uma decisão em relação à escola. Optamos por ele frequentar a escola Internacional inglesa. O centro de Estugarda ficava bastante mais perto da escola do que a aldeia onde estávamos, que ficava para o lado oposto da cidade, o que era quase uma hora de viagem e obrigava os miúdos a acordar muito cedo. Já tínhamos a Mafalda também, que nasceu em 2004. E tivemos ainda outro forte motivo para mudar.

      Qual?
      A casa onde estávamos teve um problema de ratos, no final da época avisei logo que tinha de sair dali. Se há coisa que sempre privilegiei é o bem estar da minha família. Se a minha família estivesse bem eu conseguia trabalhar com tranquilidade e o contrário também é verdade. Ou seja, se a minha família estiver em dificuldade, não consigo trabalhar e ter tranquilidade comigo mesmo.

      Lembra-se de algum jogador especial dessa altura?
      Quando cheguei a Estugarda estava lá o Balakov, que jogou no Sporting, o guarda-redes era o Timo Hildebrand que também chegou a jogar no Sporting, o Kevin Kurányi que também era da seleção alemã, o Sami Khedira, o Thomas Hitzlsperger que é o diretor desportivo e que também jogou na seleção alemã, o Philipp Lahm que jogou dois anos comigo, tive o Trapattoni como treinador e o Felix Magath...foram sete épocas espectaculares e na fase final chegamos a ponderar ficar a viver lá para sempre, em Estugarda, porque foi uma cidade e um clube que nos recebeu muito bem e de que temos muito boas recordações.

      Mas acaba por ir para o Galatasaray. Porquê?
      Foi mais uma mudança para melhor. Felizmente na minha carreira tive essa sorte de economicamente os contratos irem subindo, até um certo ponto, como é lógico.

       

      Foi o dinheiro que pesou?
      Não só. No ano 2005-2006 depois de ser campeão pelo Estugarda tive propostas para sair, inclusivé da Juventus. Cheguei a assinar contrato com a Juventus, em Turim. Chegamos a acordo com o consentimento do Estugarda, mas à última hora, em vez de 10 milhões de euros que era aquilo que estava acordado entre clubes, o Estugarda resolveu pedir 15 milhões pela transferência e abortou o negócio. Nessa altura acabou por ir para lá o Jorge Andrade e eu perdi a oportunidade de jogar num clube top de nível europeu como é a Juventus. Regressei a Estugarda um pouco contrariado e disse ao presidente que seria o último ano que lá ficava. Ele pediu-me desculpa, disse-me que queria que eu percebesse que o clube ia estar mais um ano na Liga dos Campeões e que aquela seria a minha última época. Eu estava muito bem, tinha acabado de fazer o Mundial de 2006, na Alemanha, joguei sempre e fiz, penso eu, uma excelente prestação. Portugal chegou à meia-final, perdemos com a França. Eu queria mais e sentia que na altura podia jogar num clube melhor ainda. Quando terminei a época seguinte surgiu a oportunidade do Galatasaray e sendo o clube que é na cidade incrível que é, optamos por ir.

      Sentiu-se bem em Istambul?
      Foi memorável. Uma cidade arrepiante, com uma beleza e cultura indescritíveis. Vivíamos fora de Istambul, numa aldeia privada, com tudo e mais alguma coisa, tinha cinema, piscinas, supermercados, todos e mais alguns serviços, campos de ténis, era uma pequena cidade dentro de um aldeamento VIP. Escolhi essa zona porque de facto estava perto da escola internacional onde os meus filhos iam andar.

      Os seus filhos nunca reclamaram por terem de mudar?
      Não. De forma alguma. Eles adoraram Istambul e a escola onde estavam inseridos.

      E o que achou do clube?
      O Galatasaray é de facto um clube impressionante, com um poderio enorme e uma grande mística. Há uma paixão incrível, até acredito que seja mais uma obsessão do que paixão pelo clube por parte dos adeptos. É uma loucura. O estádio, os cânticos dos adeptos. Durante o aquecimento eles chamam o nosso nome e temos de ir perto deles fazer uma dança com eles, algo que já está enraizado no clube. Marcou-me imenso o clube e Istambul, de longe uma das cidades mais bonitas do mundo.

      Nunca foi "apertado" por um adepto, lá ou noutro lugar?
      Não, felizmente nunca.

      Entretanto foi para a Rússia.
      Sim o treinador do Zenit ligou-me em janeiro a dizer que queria contratar-me. Foi outra decisão muito difícil. Ainda cheguei a ir a S. Petersburgo com a minha mulher para ver o estilo de vida, a cidade. O contrato era de facto incrível e quase irrecusável. Foi o caso. Mas infelizmente os meus filhos não puderam ir comigo, porque a escola internacional era vergonhosa.

      Como assim?
      Não se consegue compreender como é que uma cidade tão linda como S. Petersburgo não consegue ter uma escola internacional com os mínimos aceitáveis. Quando visitei a escola com a minha mulher, ficamos chocados. Era um prédio muito pequenino, com muitas escadas e onde infelizmente havia muita falta de higiene. Essencialmente isso, falta de condições para os miúdos estarem lá decentemente. E já não falo do valor, porque apesar de ser muito caro devia ter o mínimo de higiene, segurança e conforto, mas nem isso tinha. Obrigou-nos a tomar uma decisão complicada que foi não recusar o contrato mas a minha família ficar a morar em Portugal.

      Como matava as saudades?
      Juntamente com as minhas idas à seleção e sempre que podia vinha para Portugal e a minha mulher e filhos também sempre que podiam iam lá visitar-me. Foi um período muito difícil na nossa vida.

      Ficou sozinho?
      Fiquei num hotel com o meu cunhado. Ele é como um irmão, estarei grato toda a vida porque sempre me acompanhou e abdicou daquilo que era o seu futuro profissional para me apoiar e suportar numa fase em que de facto precisei dele. Porque estar longe da familia e dos amigos não é nada fácil.

      O que gostou mais e menos da Rússia?
      Menos foi o tempo. Muito frio. Cheguei a ter temperaturas de -30º. E a distância para Portugal era aquilo que prejudicava mais. Para ir para a Rússia era quase um dia. Daquilo que mais gostei foi da beleza da cidade e do poderio do clube. Vivi dois anos e meio lá - eram três épocas mas acabei por sair em janeiro de 2011.

      Não tem nenhuma história para contar desses tempos?
      Quando lá cheguei o Zenit dava um carro série 1 da BMW, branco, aos jogadores. Mas eu disse que precisava de um carro maior por causa da família, que me visitava com alguma frequência. Disse-lhes inclusive que eu podia pagar o excedente, eles que me dessem só o dinheiro do série 1. Mas o diretor foi comigo a um stand e mandou-me escolher o carro que eu queria! Comecei a rir e acabei por sair do stand com um X6. Ou seja não há limites ali. Mas tenho também várias histórias com a polícia.

      Conte.
      Lembro-me de uma altura em que tive um acidente na rua com um carro que me bateu, embora a culpa fosse minha.

      Então?
      Eu estava a ir para o restaurante com o meu cunhado e o van der Gaag que me tinha ido visitar, ia na conversa e não vi um stop num cruzamento. Entrei no cruzamento e um carro que também vinha lançado bateu nas traseiras do meu. O homem ficou com o carro completamente destruído. Fiquei assustado, pedi-lhe desculpa, mas como nem eu sabia russo, nem ele inglês, liguei ao tradutor e passei-lhe o telefone. Passado uns segundos ele disse-me: "Oh Fernando, o homem está a dizer que se lhe deres 500€, ele vai-se embora". Ele tinha ficado com o carro completamente destruído! Mas lá lhe dei os 500€ conforme o tradutor me disse e o certo é que ele foi embora de táxi e deixou ali o carro ali na rua, nem veio polícia, nem nada, ficou o problema resolvido

      500€ na altura não era nada para si.
      Felizmente não. Mas lá, sempre que tinha algum problema com a polícia, por excesso de velocidade ou assim, eles viam que era jogador do Zenit e relaxavam. Na Turquia também, por ser jogador do Galatasaray a polícia mandava sempre seguir, não havia problema nenhum.

      ©TORSTEN SILZ / Getty Images

      Seguiu-se o Saragoça. Foi para estar mais perto da família?
      Foi, foi. Foi uma decisão bem mais fácil. Cheguei a vir várias vezes de carro para casa. E cumpri o sonho de jogar na Liga espanhola, algo com que sempre sonhei.

      É a sua Liga favorita?
      Sempre foi. Mas com a experiência alemã hoje considero de longe a liga alemã como a eleita. Mas enquanto jogador na altura, aquela paixão era a de jogar a liga espanhola. E aconteceu. Foi um ano difícil porque o Saragoça tinha uma situação parecida com a do meu primeiro ano no Benfica. Uma direção com muita divida, um clube mujito desorganizado, com muitas dificuldades, mas com uma paixão e com uma mística impressionante.

      Depois deixou de jogar futebol. Foi decisão sua ou foi porque não apareceu mais nenhum clube?
      Entretanto, cheguei a falar com o Milo (Emílio Macedo), que era o presidente do Vitória na altura, porque um dos meus sonhos era terminar a minha carreira no Vitória, o clube do meu coração. Mas não foi possível, porque o Milo queria mas havia gente dentro da direção que não queria e eu disse-lhe que não fazia sentido nenhum voltar porque se fosse para regressar a casa era para ser recebido de braços abertos. Não posso ser recebido dentro da minha própria casa com gente dentro do clube que me está a olhar por cima do ombro. Acabei por rejeitar esse regresso.

      Mas foi pacífico terminar a carreira ou foi uma decisão complicada?
      Foi difícil. O futebol é a minha vida, é aquilo que me move, me motiva. Sempre tive paixão e orgulho de jogar, não só por dinheiro, mas desde a infância que a minha vida era feita à volta do futebol. Ainda hoje não consigo estar longe do futebol. Por outro lado, eu sentia que os meus filhos, que tinham 13 e oito anos, precisavam de mim e também pesou muito. Perdi muito do crescimento deles. Também porque tinha a seleção e felizmente pude jogar em Europeus, Mundiais, Jogos Olímpicos, mas tudo isso fez-me perder aniversários importantes da minha família.

      Quando saiu do futebol fundou a MNM Sports Management. Como surgiu a ideia de ser agente FIFA? Foi sempre isso que quis fazer depois?
      Não. Eu sempre tive paixão pelo treino e por ser treinador de futebol. A ideia do agenciamento partiu mais do Pedro Mendes. Como sou uma pessoa em que o que quero é ver os meus amigos felizes e tudo o que eu puder fazer para manter quem está à minha volta feliz, faço, acabei por aceitar e dar-lhe razão. O agenciamento e acompanhamento dos jogadores, apesar de ter o lado desgastante e o lado sujo daquilo que é o mundo do futebol, onde há pessoas que estão claramente a mais, tem um outro lado, o lado de ajudar e acompanhar o jogador que está a crescer, de passar aquilo que são as nossas experiências, de motivar e de vê-los a crescer. Para além das comissões também temos muito prazer por fazer parte do crescimento desses jogadores.

      Também há desilusões, ou não?
      Por vezes levamos estalos de um outro jogador que são ingratos e isso é o que mais magoa neste negócio e desanima por vezes. Mas por outro lado temos outros que de facto estão connosco até à morte.

      Já não ganha tanto dinheiro como quando era jogador...
      Claro que não.

      Nem todos podem ser Jorge's Mende's.
      Não. De facto o Jorge é um exemplo para todos e temos de ter a nossa humildade, correr o nosso percurso sendo que há uma coisa que tem de estar sempre presente: nesta empresa e na nossa vida, pelo menos na minha vida, há humildade, saber estar e respeito por quem anda à volta. Esses são os nossos valores, aqueles com que cresci. É a educação que também quero passar aos meus filhos.

      Houve algum clube onde gostasse de ter jogado?
      O Real Madrid. Na altura em que fui campeão na Alemanha chegou-se a falar que havia interesse do Real Madrid. O meu empresário que era o Roger Wittmann, da Rogon, chegou-me a falar do interesse do Real Madrid. Mas não se concretizou. Eu sempre fui grande fã do Real, desde acompanhar aquele que sempre foi o meu ídolo no futebol que é o Fernando Redondo.

      Qual foi o momento mais alto da sua carreira?
      Se tiver de escolher foi o Mundial 2006, mas tenho de juntar o ser campeão com uma equipa modesta como o Estugarda, num ano de muita dificuldade.

      Qual foi o treinador com quem gostou mais de trabalhar?
      Com o Luciano Spalletti.

      Porquê?
      Era bom como homem, como gestor. Trabalhar a parte psicológica dos jogadores é fundamental porque é muito mais vantajoso teres um jogador e uma equipa que vão contigo até à morte, que está disposta a qualquer sacrifício. Essa parte ele não tinha tanto. Isso tem o Mourinho, trabalhei com ele pouco tempo no Benfica mas deu para perceber que é uma pessoa que sabe utilizar o timing da motivação, joga muito com isso, é o expoente máximo na gestão de personalidades. Mas por outro lado o Spalletti tinha um trabalho de campo que era incrível, assustador e arrepiante. A forma como ele vê o vídeo, analisa o adversário e o nosso próprio jogo, vai ao pormenor onde tu erraste, consegues ver no vídeo. Aquilo que é a análise ao nosso jogo o que é que tens de melhorar, o que tens de alterar no teu jogo e na equipa para sermos melhores. Ele fazia-o bem. E depois tem um conceito e uma maneira de jogar que tudo aquilo que fazemos no dia a dia está interligado. Desde o aquecimento, à finalização, ao plano de força, está tudo ligado à mesma ideia de jogo. Isso foi algo que me apaixonou. Aliás, houve uma altura em que tive uma lesão em que estive dois meses parado e filmava os treinos, tirava apontamentos, gravava as palestras dele.

      Qual foi o primeiro negócio que fez como agente?
      Não me lembro. Temos uma relação muito forte com a China, é a nossa maior fonte de rendimento.

      Com tantas experiências, aprendeu muitas línguas?
      Falo muito bem alemão, sei ler, sei escrever, falo francês, inglês, espanhol e italiano. Posso dizer que sempre tive à vontade com as línguas. Se há algo de que posso dizer que sou bom é nas línguas, Tenho jeito para a coisa.

      Portugal
      Fernando Meira
      NomeFernando José da Silva Freitas Meira
      Nascimento/Idade1978-06-05(45 anos)
      Nacionalidade
      Portugal
      Portugal
      PosiçãoDefesa (Defesa Central) / Médio (Médio Defensivo)

      Fotografias(15)

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