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    Stanley Rous

    Texto por João Pedro Silveira
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    Sir Stanley Ford Rous nasceu em Mutford, no East Sufolk, em Inglaterra, a 25 de abril de 1895. Filho de um chefe de economato, estudou na Sir John Leman School em Beccles, onde se formou como professor, antes de ser chamado a cumprir o serviço militar como oficial durante a Primeira Guerra Mundial, onde serviu na 272.ª Brigada de Artilharia - 272nd brigade of the Royal Field Artillery (East Anglian) - em França, na Palestina, Egito e Líbano. 
     
    Terminado o conflit, Rous retomou os estudos em St Luke College, em Exeter, tornado-se depois professor de Educação Física na Watford Boys Grammar School. 
     
    De jogador a árbitro
     
    Desde miúdo que tinha uma paixão pelo desporto. Jogou futebol amador, como guarda-redes e depois estudou arbitragem enquanto estudava em St Luke, sendo aceite como árbitro pela lia em 1927. O seu primeiro encontro como árbitro internacional teve lugar no Bosuilstadion, em Antuérpia, onde a Bélgica recebeu e venceu a vizinha Holanda por 2x0. Este seria o primeiro de 34 encontros internacionais que arbitrou.
     
    @Getty / Fox Photos
    Em Inglaterra teve a honra de arbitrar em Wembley a final da FA Cup de 1934, em que o Manchester City bateu o Porstmouth por 2x1. Pouco depois "pendurou o apito" e terminou a carreira, dedicando-se a reescrever as leis do jogo (1938), e a escrever sobre arbitragem, sendo o primeiro a defender o posicionamento em diagonal dos árbitros, para melhor se analisar os lances. 
     
    Em 1932 tornou-se o secretário da Football Association (1), cargo que manteve até 1962. Durante o seu consulado à frente da FA, Rous teve de lutar contra o isolacionismo inglês, defendendo que a seleção dos três leões (mas também a Escócia, País de Gales e Irlanda) devia participar no mundial, e mais tarde aderir à UEFA. 
     
    À frente do quartel general da Football Association em Soho Square, Londres, Rous lutou pela modernização do futebol inglês, que considerava ultrapassado e agarrado ao passado. Em 1961 candidatou-se e venceu as eleições na FIFA tornando-se o seu sexto presidente.
     
    Presidente da FIFA
     
    Durante o seu mandato a Inglaterra organizaria e venceria o Campeonato do Mundo (1966). Não obstante o enorme sucesso da competição, Rous vinha sendo confrontado com as suas posições polémicas de apoio à África do Sul durante o período do Apartheid, tendo 16 seleções africanas boicotado a competição, descontentes com o sistema de qualificação que não garantia a qualificação de nenhuma seleção africana, que teria de ser conseguida depois de uma pré-eliminatória com uma equipa asiática.
     
    Além do boicote das seleções, as relações de Rous com a África do Sul estiveram sempre debaixo das críticas das restantes federações africanas.
     
    A Federação Sul Africana fora admitida na FIFA em 1954, mas expulsa da CAF (confederação Africana de Futebol) em 1958, por racismo e segregação. Em 1961, a maioria dos países membros da FIFA votou a favor da suspensão dos sul africanos, depois de não se ter conseguido impor o fim das leis discriminatórias no futebol sul africano, que impediam os negros de jogar nas mesmas equipas e competições que os brancos. Após um ultimato às autoridades de Pretória para que estas pusessem cobro à situação de discriminação racial no futebol, que não foi atendido, a assembleia geral FIFA, contra a vontade de Rous, suspendeu os sul africanos.
     
    @Getty / Getty Images
    Em 1963 Rous visitou a África do Sul para investigar as condições em que se encontrava o futebol local. Temendo que a suspensão afetasse o jogo, Rous aconselhou a que a FIFA levantasse a suspensão à Federação Sul Africana de Futebol, sob o pretexto de que a suspensão iria conduzir a um hipotético fim do futebol no país. 
     
    A África do Sul pediu autorização à FIFA para jogar com uma equipa completamente branca nas qualificações para o mundial de 1966, e uma equipa formada só por jogadores negros em 1970. Contudo, em 1964, em Tóquio, a esmagadora maioria das nações africanas e asiáticas votou a favor de nova suspensão sul africana. Doze anos mais tarde, já depois de Rous ter saído da presidência da FIFA, os sul africanos seriam expulsos da instituição, a que só regressariam depois do fim do Apartheid em 1992.
     
    Rous ponderou a criar uma Confederação Sul Africana para incluir as seleções da África do Sul e da Rodésia (expulsos da FIFA em 1970), mas acabou por ser vetada pelas restantes federações africanas que ameaçaram abandonar a FIFA.
     
    Acossado, Rous não teve hipóteses quando nas eleições de 1974 surgiu a candidatura do Brasileiro João Havalange, que conseguira reunir o apoio das federações africanas e asiáticas, com a promessa de ganhar mais lugares na fase final do mundial para essas confederações. Somente apoiado pela Europa, foi derrotado e abandonou o cargo, sendo nomeado presidente honorário da instituição a 11 de junho de 1974.
     
    Publicou as leias do Association Football ainda no ano de 1974, tendo depois lentamente se afastado do futebol. Viria a falecer  em Londres em 1986, vítima de Leucemia, contava 91 anos.
     
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    (1) - Federação Inglesa
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    Fotografias(1)

    Sir Stanley Rous

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