Hernâni: «Não há ninguém nas ruas, está tudo silencioso...»

O futebol parou por todo mundo devido ao surto de coronavírus e por todo o mundo há portugueses à espera de ultrapassar esta situação para voltarem a fazer o que mais gostam: jogar futebol.

Hernâni Fortes Levante 2019/2020

14 Jogos  664 Minutos

3

2

0

1

2x

ver mais »

Da vizinha Espanha à longínqua Indonésia, o mote passa por ficar em casa e ler os relatos da rubrica: «O meu futebol em quarentena».

• Hernâni, avançado do Levante, de Espanha

zerozero (ZZ): Como tens ocupado o teu dia durante a quarentena?

Hernâni: Quando começamos a fazer a quarentena, já estava na fase final da minha recuperação. Só estava à espera de fazer um último exame para saber se já posso ter alta médica, pois já passou o tempo estipulado da lesão. O que faço no dia-a-dia é treinar. Muitas vezes temos treino por videochamada, outras vezes seguimos o plano. Depois opto por outras coisas. Ver séries, ver filmes, cozinhar um pouco. Aproveito assim para distrair-me de uma maneira diferente.

ZZ: Que indicações te deu o clube?

Hernâni: As indicações que temos é de que não podemos sair de casa, a não ser para algo importante, como ir a um supermercado, ir a uma farmácia. É a única coisa que nos deixam fazer no momento. 

ZZ: Como é ficar tanto tempo em casa?

Hernâni: Ao início um pouco estranho e difícil, pois é demasiado tempo em casa sem poder sair. Mas com o passar do tempo uma pessoa habitua-se e acaba por perceber que é obrigatório estar em casa e arranja uma maneira de pensar de forma mais positiva. 

ZZ: Que conselhos deixas (livros, filmes, séries...)?

Hernâni: Acredito que todas as pessoas têm sempre algo para fazer. E eu não sou exceção. O que posso dizer é que tentem inovar por algo que não estão habituados a fazer para que não façam sempre o mesmo. Eu, por exemplo, tento meter-me um pouco mais na cozinha, algo que não faço sempre. Nesta quarentena é onde me tenho aplicado mais. Tem-me dado muito prazer.

ZZ: Tens mantido contacto com os teus colegas?

Hernâni: O que se fala é a incógnita. Não se sabe no que isto vai dar. Se vamos voltar aos nossos dias normais... Como será isto tudo... São mais perguntas do que respostas. Tentamos arranjar ou encontrar uma solução, mas também a informação que nos passam não é muita. Mas sempre confiantes de que tudo se irá resolver.

ZZ: Como tens acompanhado a situação em Portugal?

Hernâni: Tendo as nossas famílias aí em Portugal, também temos algumas preocupações. Mas felizmente a situação não está tão grave como em Espanha. Procuramos falar com eles diariamente, saber se se protegem e essas coisas. Tentamos passar também alguma tranquilidade.

ZZ: Como está a situação em Valencia?

Hernâni: No início as pessoas não estavam a dar tanta importância e deixaram arrastar a situação. Eu como vivo no centro percebi mais isso. Depois com o passar do tempo viram que a situação ficou um pouco mais perigosa e tomaram medidas. Neste momento não há ninguém nas ruas, está tudo silencioso. É sinal que as pessoas têm levado muito a sério esta quarentena. Tenho um supermercado perto de casa, onde não vai quase ninguém, e usamos proteções (luvas, máscaras e gel desinfetante). 

ZZ: Como contas regressar à competição? Tem sido fácil manter a forma?

Hernâni: É um pouco complicado. Eu vivo num apartamento e torna-se difícil. Não tenho o espaço que gostaria de ter, por isso tenho de me adaptar ao que tenho. Mas ainda dá para treinar bastante.

ZZ: Quando isto acabar, qual é a primeira coisa que queres fazer?

Hernâni: A vontade é que tudo volte ao normal. Que possamos acordar cedo e ir treinar, fazer a nossa vida... Também gostaria de ir almoçar com a minha namorada à praia, apanhar um bocado de sol. Faz falta.

• A mensagem de Hernâni: