Covid-19 | Afinal o que dizem os números? Portugal está assim tão diferente de Espanha ou Itália?

Um dia depois de Espanha ter ultrapassado Itália no número total de infetados, o zerozero decidiu virar-se para aquilo que é a sua génese e analisar aquilo que já se sabe: os números. 

A ideia não é prever o que ainda está por vir, até porque é preciso ter em conta as diferentes medidas aplicadas em diferentes alturas nos vários países e que podem alterar, por completo, a progressão da pandemia. 

Ainda assim, quando comparamos o 24º dia após o 100º caso registado em Portugal, Espanha e Itália, a situação não é assim tão animadora como queremos acreditar. 

Com base nos números disponibilizados pelas fontes oficiais de cada um dos três países, o site do zerozero dedicado à Covid-19 decidiu transportar os números para o gráfico. 

Assim sendo, e tendo em conta a população de cada um dos três países, Portugal é - ao 24º dia - o país com maior número de infetados por cada 100 mil habitantes - forma relativa de comparar três países com diferente número de população: Portugal - 10 300 000; Espanha - 46 600 000; Itália - 60 500 000. 

Apesar de Espanha e Itália já estarem mais avançadas na pandemia - 35º dia e 42º dia, respetivamente -, é preciso olhar com atenção para estes números. 

Ao 24º dia, 110,6 pessoas em cada 100 mil estão infetadas em Portugal, número ligeiramente superior a Espanha (107,2) e mais do dobro de Itália (52) no mesmo dia epidémico. O que significa que, ainda que a uma escala mais pequena, Portugal segue o mesmo caminho de Espanha e Itália. 

Nº de infetados por cada 100 mil habitantes ao 24º dia epidémico ©Covid19.zerozero.pt

Número de óbitos dão esperança

No mesmo sentido, se olharmos para os números de óbitos registados por cada 100 mil habitantes, a situação fica ligeiramente abaixo dos restantes, mas nem por isso mais animadora. 

Ao 24º dia após o 100º caso registado, Portugal regista 2,89 mortes por cada 100 mil habitantes, menos do dobro de Itália - 4,14 - e muito abaixo de Espanha - 7,81. O que quer dizer que, por enquanto, o número de mortes a lamentar é proporcionalmente mais baixo do que os restantes dois países. 

Nº de óbitos por cada 100 mil habitantes ao 24º dia epidémico ©Covid19.zerozero.pt

Será uma tragédia anunciada?

Não queremos entrar em suposições, até porque essa não é a nossa função. A nós, jornalistas, cabe-nos analisar os dados reais e palpáveis. 

Por isso, sobre o futuro só nos cabe dizer uma coisa: é possível baixar estes números e é possível alterar o rumo que levamos. Sabe como? Ficando em casa e cumprindo todas as normas diariamente repetidas pelas entidades de saúde. A responsabilidade também é sua! 

Consulte aqui, no site do zerozero dedicado à pandemia Covid-19, todos os dados relativos aos três países acima referidos - e não só. Analise as dezenas de gráficos disponíveis e retire a sua própria conclusão do que ainda está por vir.