O Vice-presidente do Sporting, Francisco Salgado Zenha, concedeu uma entrevista ao jornal Record e, entre vários temas abordados, pronunciou-se sobre a aposta em Rúben Amorim, ex-treinador do SC Braga que chegou recentemente a Alvalade a troco de 10 milhões de euros, verba que, invariavelmente, deu muito que falar.
«É um treinador que aposta na formação e que conhece o futebol português, como técnico e como jogador. Um investimento relativamente avutado está mais sujeito a essas opiniões. A razão para avançar com a contratação teve a ver com os motivos que o presidente já transmitiu e com o facto de consideramos que Rúben Amorim tem o perfil certo», disse.
«Foi uma decisão muito discutida, complexa, mas muito bem justificada e com um racional muito forte. Isso dá-nos o conforto de estarmos a tentar fazer o melhor pelo Sporting, ao contratar-se um treinador que é, se calhar, uma das maiores promessas futebol português nessa área», completou.
Foi assim que o braço direito de Frederico Varandas abordou também a política futura que a atual direção pretende realizar em relação à formação leonina: «O Frederico já transmitiu que para o ano, garantidamente, estarão jogadores da formação na equipa principal, algo que nos últimos anos fomos tendo com pouca expressão. Não vale a pena ter medo de apostar na formação. Todos os grandes clubes do Mundo o fazem e o Rúben Amorim também nos traz isso, não tem medo de apostar nos miúdos», finalizou.
Face ao surto de coronavírus que tem paralisado a atividade do setor desportivo, o dirigente dos leões falou a propósito da antecipação de receitas ou da obrigação do uso do fundo de reserva, esclarecendo que são movimentações impossíveis de prever nesta fase. Porém, admitiu que as implicações deste acontecimento estão ao virar da esquina, esperando que o futebol não seja uma industria esquecida: «Vão ser tempos difíceis para o futebol. Havendo fomento depois desta crise, esperamos que também haja o mesmo tipo de ajuda para o futebol».
«O primeiro-ministro e o governo estão numa situação muitíssimo delicada e a fazerem aquilo que está ao seu alcance para resolver a situação horrível em que estamos, mas também é verdade que o futebol não pode ser deixado de parte», terminou, argumentando a seu favor com o impacto que o desporto-rei tem na economia portuguesa e a necessidade da criação de uma estrutura de suporte.