Paris sempre teve outro simbolismo. E os homens da casa inspiraram-se para virar a eliminatória e garantir um lugar nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. O Paris SG bateu o Borussia Dortmund (2x0) graças a uma primeira parte onde foram superiores perante a estratégia falhada do técnico dos alemães.
O cenário não era favorável, sobretudo se tivermos em conta a história da primeira mão. Os alemães foram superiores no Signal Iduna Park, mas o golo de Neymar, quase caído do céu, deu uma esperança para o jogo desta mão.
Sem adeptos a apoiar nas bancadas, mas com muita vontade, os homens de Tuchel fizeram sentir, desde o primeiro minuto, a vontade de dar a volta à eliminatória. O técnico alemão parece ter aprendido a lição com o resultado da primeira mão e fez alinhar um onze diferente do apresentado na Alemanha.
Sarabia, Paredes e Bernat voltaram ao onze e, nem por coincidência, foram dos melhores em campo. Com um ataque sempre bem apoiado e um Di María em alta rotação, os franceses controlavam a posse de bola, contra um Dortmund na expectativa e com as linhas baixas. A aposta no contra-ataque não parecia estar a resultar, mas a eliminatória estava controlada...
...até aparecer Neymar, de uma maneira muito pouco comum. Na sequência de um pontapé de canto, o brasileiro adiantou-se a Hakimi e cabeceou para a vantagem na eliminatória. Choque para Favre, que via a sua estratégia cair por terra, num lance que não podiam consentir.
Mais complicado ficou quando as duas surpresas, Sarabia e Bernat, combinaram para o segundo. Alemães abatidos e à procura de uma reação.
O retomar da partida, contudo, não trouxe grandes novidades. Os franceses continuaram mais perigosos e dominadores, perante uma apatia germânica. Os três da frente pareciam estar numa ilha com a falta de apoio.
Favre mexeu e Tuchel começou a defender o resultado. Consequentemente, os franceses começaram a recuar no terreno e o Dortmund aproveitou para subir de rendimento. Julian Brandt imprimiu outra velocidade ao jogo e as oportunidades foram surgindo a gotas, nunca suficientes para fazer real perigo à baliza de Keylor Navas.
Perto do fim, Emre Can alinhou nos filmes de Neymar, acabou expulso e matou as esperanças dos alemães. O Paris SG fechou as portas e garantiu a presença nos «quartos» da Champions... até ver.
Tuchel quis uma mudança do primeiro jogo e transmitiu isso na ficha de jogo. Bernat, Paredes e Sarabia saltaram para o onze e foram figuras numa noite para a história do Paris SG. Aquelas apostas que compensam.
Por outro lado, Favre vai ficar com este jogo na memória durante muito tempo. O Borussia entrou para o jogo com o resultado na cabeça e acabou ser prejudicado por isso mesmo. A abordagem defensiva foi um tiro no pé e resultou no adeus à Liga dos Campeões.
Anthony Taylor teve um jogo tranquilo e esteve bem até quase perto do fim. A expulsão a Emre Can deixa muitas dúvidas, sobretudo quando o outro interveniente é Neymar.