Os rumores de um possível regresso de Leonardo Jardim a Portugal e ao Sporting foram-se intensificando com o passar do tempo, por culpa da boa relação do técnico com Frederico Varandas e pelo facto de este ter assistido recentemente a um dos jogos da equipa, mas o ex-AS Monaco negou, em entrevista ao jornal Record, estar de volta.
«Não vou voltar a Portugal em breve. O meu enquadramento familiar está fora daqui, o meu filho está numa fase em que tenho de prestar especial atenção à sua educação. Além disso, a minha ideia de carreira desportiva não passa por Portugal neste momento», começou por dizer, abordando depois a relação com o presidente leonino.
Leonardo Jardim 5 títulos oficiais |
Sobre a realidade do emblema de Alvalade, Leonardo Jardim foi claro e falou em «problemas mais profundos que o presidente».
«Vivi a realidade do Sporting e conheço o clube por dentro. Não é uma mera opinião. O Sporting é um clube difícil, é o menos estável dos três grandes. E mesmo em comparação com o SC Braga... lá há liderança há já vários anos; o FC Porto tem uma liderança de há já várias épocas e o Benfica igual. Projetos consolidados. O Sporting tem uma alteração constante de liderança nos últimos 15 anos. Nem sei bem quantos foram, mas isso nem é importante para a ideia. O Sporting é um clube formado por imensas fações e nunca ninguém está de acordo. Independentemente de estar o A, B C ou D à frente do clube, há sempre fações contra, como é com o Varandas hoje em dia. Quando o Bruno de Carvalho pegou no clube havia pessoas contra ele. Antes, igual. É constante e não vejo isso acontecer nos outros clubes. O Sporting é um vulcão, está sempre em erupção», sublinhou o técnico, alertando que o clube «deve ter outra forma de estar».
Já em relação ao Mónaco, sua antiga equipa, o timoneiro madeirense não escondeu a «saída tudo menos desportiva» do Principado, mas garantiu não estar arrependido,
Por fim, Leonardo Jardim falou sobre as abordagens oriundas de Inglaterra, Arábia Saudita e China, confessou que a saída de Luís Campos do Monaco foi dura porque «era peça fundamental no recrutamento», garantiu que não volta ao clube francês caso o «enquadramento» e o «diretor para o futebol [Oleg Petrov]» se mantenham... e revelou um desejo.
«É um objetivo [ser diretor desportivo]. Tenho ideias claras da minha profissão, da exigência que ela acarreta e do impacto que tem sobre a minha família (...)», finalizou, deixando ainda em aberto a possibilidade de orientar uma seleção.