Ispeaksempolemicas 23-04-2024, 16:33
«Não acho que tenha uma explicação concreta. Uma pessoa trabalha, e eu especialmente trabalho muito, tanto nos treinos como fora dos treinos, para obter resultados, e as coisas estão a correr bem. O mister puxa muito por nós e a malta tem muita vontade. Sou mais um para ajudar e acho que consegui tocar em alguns jogadores. Vim trazer alguma maturidade e experiência», conta o atacante de 28 anos, em conversa com o zerozero.
«As coisas não estavam a correr tão bem como desejávamos. Nestes últimos três jogos defrontámos equipas ao nosso alcance, mas, por pequenos pormenores, não conseguimos vencer nos meus dois primeiros jogos aqui. Esta semana foi mais do mesmo, mas felizmente consegui ganhar um penálti perto do fim, e ganhámos! A equipa ganhar é o mais importante. Temos de unir-nos mais e ficar mais despertos! Não podemos perder pontos da forma que perdemos», sustenta Herlander.
«Essa pergunta é complicada. Quem olha para isso pensa que sou maluco. Sair de uma equipa com o campeonato praticamente feito para uma equipa que está na linha de água. É uma maluqueira... Mas não foi difícil tomar essa decisão», confidencia Herlander Tomé.
«Eu gosto muito do Sintrense. Ajudou-me bastante numa fase complicada, pois tive uma lesão na época passada e estive 8/9 meses parado. No Sintrense ajudaram-me bastante a recuperar, a voltar a jogar e a sentir-me novamente feliz. Sentia que estava a ajudar a equipa, mas ambicionava outras coisas», prossegue.
«O Santarém estava a precisar de jogadores mais batidos neste campeonato, para saírem daquela posição. Ligaram-me e apresentaram uma proposta com valores que eu precisava naquele momento. Não hesitei. Se não conhecesse ninguém, talvez não aceitasse, mas já conhecia alguns jogadores. Portanto, foi juntar o útil ao agradável», acrescenta.«Dei tudo pelo Sintrense enquanto lá estive e sempre disse que a minha prioridade não era sair. Não escondo que foi difícil, mas tenho de olhar também para mim e não apenas para o lado desportivo, até porque já não sou nenhum miúdo», remata.
O triunfo no último domingo frente à UD Leiria (3x2), com Herlander em destaque, claro está, permitiu à UD Santarém subir alguns degraus na tabela e fixar-se numa posição fora da zona de despromoção.
«Mais pressão pelos golos? Não... [risos] Ninguém chega ao pé de mim a dizer que tenho de marcar. Contrataram-me para fazer isso, claro, mas ninguém exige isso de mim. Esse é o meu trabalho. Se conseguir marcar dois ou três nos próximos jogos, perfeito [risos]», sublinha.
Aos 28 anos, Herlander garante que não é de olhar muito para o futuro. Já não pensa na fama, nem no reconhecimento. Percebe que o momento é o mais importante.
«Quando era criança sonhei chegar a profissional... Acho que o comboio passou algumas vezes ao lado, mas não olho muito para o futuro. Olho para o momento. Se der para alcançar outros patamares melhor ainda. Ainda não desisti. Não penso jogar primeira liga com 28 anos. Neste momento, a fama ou o reconhecimento não são o mais importante. Gostava de ir para algum lado onde pudesse ganhar o suficiente para juntar um bom dinheiro para mais tarde fazer alguma coisa da minha vida. Até porque eu neste momento não jogo só futebol», atira.«Trabalho no Lidl [supermercado] de manhã e treino à tarde/noite em Santarém. Ainda é quase uma hora de distância, uma viagem que tenho de fazer todos os dias. Mas vou com alguns colegas numa carrinha e vamos sempre a falar e a rir uns com os outros. (...) Tenho dias em que entro às 7 horas no trabalho, treino às 19h30 em Santarém e chego a casa às 23 horas. É preciso muito sacrifício, mas faço aquilo que gosto», concretiza.
3-2 | ||
Léo Mofreita 2' Herlander Tomé 14' 89' (g.p.) | Renato Alexandre 76' Luís Gouveia 83' |