Uma Ody à importância de um guarda redes

Não ficou bem na fotografia no lance do golo anulado, mas foi absolutamente decisivo para a passagem encarnada ao Jamor. Que reflexos, que qualidade entre os postes, que capacidade no 1x1 que este grego revela. Deu um salto enorme de qualidade da primeira para a segunda época na Luz e, em Famalicão, impediu os golos de Diogo Gonçalves, Pedro Gonçalves, Racic, Toni Martínez. Os famalicenses terão pesadelos com ele...

Fez um jogo absolutamente fantástico no Estádio da Luz, sendo decisivo nos lances dos dois golos famalicenses. Desta vez, devido a uma entrada boa do Benfica, não teve o mesmo protagonismo, mas foi crescendo, como a própria equipa. Tocou, tabelou, procurou verticalizar e ainda teve tempo para inventar o lance que, por pouco, Diogo Gonçalves não conseguiu transformar em golo. Está feito um senhor jogador. 

Que crescimento está a revelar este internacional sub-21 na passagem por Famalicão. Praticamente desde o início, o extremo direito criou uma série de problemas a Grimaldo, entre dribles, mudanças de velocidade, atributos técnicos e uma boa medida para a baliza. Participou ativamente no lance do empate e merecia mais do que ninguém a presença no Jamor.

Foi dos melhores, senão mesmo o melhor na primeira parte. Boas combinações com Grimaldo, a habitual qualidade nas recuperações defensivas e um grande toque de calcanhar no lance do golo de Pizzi. Na segunda parte levou um cartão amarelo de forma escusada, teve um par de hesitações no último terço, mas nunca deixou de ajudar, na altura em que a equipa mais precisava. Disse presente e o Benfica disse Jamor.

Foi quase obrigado a jogar por dois, tal a incapacidade do colega de setor. Nas fases de maior aperto do adversário acabou por resolver uma série de lances pelo ar, dando o exemplo que poucas vezes teve acompanhamento depois do golo de Pizzi. Nesta fase de grande desequilíbrio defensivo as suas qualidades são ainda mais precisas.

Outro dos que tem crescido a olhos vistos. Começou aos soluços, entre alguns bons jogos e atuações algo dececionantes, mas, nesta altura, é um garante de qualidade na frente de ataque dos famalicenses. Deu imenso trabalho a Ferro e a Rúben Dias, segurou a bola, conseguiu tabelar muito bem com os extremos e com os médios e ainda teve tempo para marcar. Uma verdadeira referência ofensiva. 

Onde está aquele central que subiu desde a equipa B e que ajudou o Benfica a ser campeão nacional? Hoje, Ferro é um defesa inseguro, desconfiado, boa parte das vezes mal posicionado e muito intranquilo. A falta de confiança foi novamente gritante em Famalicão, tendo o jogador falhado um par de intervenções em zona muito perigosa. Assim, não será central de seleção. 

A péssima forma de Ferro não ajuda, é certo, mas este espanhol não está também a atravessar uma fase boa, especialmente se tivermos em conta o processo defensiva. A atacar até foi tentando, aqui e ali, algumas combinações, mas foi mais atrás onde verdadeiramente sofreu, tendo pela frente um Diogo Gonçalves endiabrado. Permitiu um par de grandes oportunidades e errou no lance do golo famalicense.