A capacidade ofensiva de Marcano nos lances de bola parada impressiona e tem sido muitas vezes fundamental para este FC Porto. Hoje, voltou a sê-lo, com o espanhol a empatar na hora certa, impedindo que os dragões fossem para intervalo em desvantagem e desbloqueou aquilo que estava a ser uma exibição muito aquém do exigido. Defensivamente voltou a cumprir, sendo o patrão de uma defesa onde Mbemba vai alternando entre bons e maus momentos.
Pedia-se algo novo e diferente a este FC Porto e Romário Baró trouxe isso mesmo. Deu cor a uma exibição cinzenta com os seus dotes técnicos e a sua irreverência e foi uma ajuda essencial para o FC Porto esquecer o passado recente e ultrapassar os fantasmas. Com um estilo bem característico, voltou a comprovar que tem qualidade para dar muito aos dragões num futuro próximo.
O início de Sérgio Oliveira não foi bom, contagiado também pelos restantes companheiros, que revelaram uma intranquilidade tremenda durante quase toda a primeira metade, mas soube dar a volta. O médio cresceu com o decorrer da partida, principalmente ao nível do passe, e corou a exibição com um belo golo, que acabou por ser decisivo.
Sandro Lima foi o homem que fez tremer a bancada do Estádio do Dragão com o primeiro golo da partida, mas a nota de destaque vai muito para além do golo. O avançado brasileiro, principalmente na primeira parte, revelou-se muito forte nos duelos aéreos e na capacidade de segurar e entregar com qualidade (o golo é um bom exemplo). Chegou ao oitavo golo no campeonato e voltou a demonstrar a sua influência na turma de Barcelos.
Saltou à vista no primeiro jogo, precisamente contra o FC Porto, teve uma fase menos boa, mas tem aparecido novamente em boa forma nos últimos jogos. Nesta partida foi um dos melhores do Gil, com bom toque de bola e capacidade de desequilíbrio no último terço, ao contrário dos companheiros do flanco oposto.
A amostra na equipa principal ainda é curta, mas a verdade é que entrou muito bem e até ficou perto do golo depois de um bom trabalho na grande área do Gil. Acabou por não marcar, mas não foi por aí, até porque decidiu quase sempre bem e conseguiu dar clarividência ao jogo dos dragões.
É verdade que Marega foi essencial para a estratégia do FC Porto a certo ponto da estadia de Sérgio Conceição. Mas hoje em dia não parece claramente a melhor opção, até porque as outras equipas já estão mais do que avisadas para o jogo em profundidade de que tão bem tira proveito e quando lhe são exigidas outras funções a falta de técnica é evidente e prejudica o processo ofensivo da equipa. Hoje foi mais uma de várias más exibições de Marega nos últimos tempo, com más decisões e sem capacidade de leitura de jogo e técnica para acrescentar com bola.
Tinha vindo a crescer nos últimos jogos, mas a queda exibicional, hoje, foi evidente. Talvez ainda com a entrada pouco feliz em Braga na cabeça, o lateral esteve muito mal ao nível do cruzamento e do passe, não soube gerir o ritmo do jogo e foi o espelho da intranquilidade que se fazia sentir por todo o Dragão durante a primeira parte. Acabou substituído à hora de jogo e a equipa melhorou.
Se há lista onde Corona não costuma constar é na dos piores, mas hoje as circunstâncias eram especiais e fizeram-se sentir no Mexicano. Regressou aos terrenos mais ofensivos, mas a capacidade de drible esteve longe do nível habitual, raramente desequilibrando, tanto na esquerda como na direita. Acabou por recuar no terreno e aí cumpriu.
A equipa do Gil Vicente revelou ideias muito positiva e até conseguia sair a jogar e entrar no meio campo adversário, mas era aqui que as coisas se complicavam e Arthur foi um dos principais responsáveis. Ao contrário de Lourency, o médio responsável pela ala esquerda dos gilistas raramente conseguiu dar seguimento aos lances de ataque e dar a capacidade de desequilíbrio e passe que se pedia no último terço. Prova de tudo isto foi a substituição ao intervalo.
2-1 | ||
Iván Marcano 45' Sérgio Oliveira 57' | Sandro Lima 45' |