A 6 de maio de 2016 o departamento de marketing do Fortaleza criou o «Cassiano Day» para celebrar um ano após o golo de Cassiano que entregou o título estadual ao clube. Ora, hoje Cassiano não ofereceu nenhum título, mas também teve o seu dia. O avançado voltou a jogar quase três meses depois e marcou o golo que valeu o triunfo do Boavista sobre o Aves (0x1), naquela que foi ainda a primeira vitória de Daniel Ramos ao comando dos axadrezados.
Ao contrário de Manta Santos, que só mudou uma peça, Daniel Ramos surpreendeu com três alterações e com uma mudança no esquema tático habitual. À procura da primeira vitória ao comando do Boavista, o técnico optou por um 3x4x3 (que se transformava em 5x4x1 a defender), com Sauer e Carraça nas alas, Ackah a reforçar o meio campo ao lado de Obiora e um trio atacante formado por Yusupha, Paulinho e pelo regressado Cassiano.
As alterações táticas fizeram-se sentir e o Boavista entrou muito bem, pressionando alto e dispondo de vários lances de bola parada no meio-campo adversário nos primeiros minutos. Foi precisamente num desses lances, mais concretamente num pontapé de canto, que chegou o primeiro golo da partida, por intermédio de Cassiano, que ganhou ao primeiro poste e desviou a bola para o fundo das redes, aos 12 minutos. O golo teve um efeito positivo no Boavista, que continuou por cima, com Obiora e Ackah a formarem uma dupla coesa no centro do terreno.
O domínio manteve-se até aos últimos dez minutos da primeira metade, altura em que o Aves começou a crescer no jogo, com Estrela ao comando. Os avenses tinham mais bola e procuravam explorar as costas dos alas axadrezados, mas não conseguiam materializar a posse em oportunidades - um cruzamento de Yamga desviado por Neris para a própria baliza foi a única exceção - e o nulo manteve-se até ao intervalo.
A segunda parte começou da mesmo forma que a primeira, ou seja, com o Boavista por cima e a procurar a felicidade através da meia distância de Carraça e Cassiano. Do outro lado, o Aves continuava com muitas dificuldades para incomodar o Boavista e Manta Santos aproveitou a lesão de Estrela à passagem da hora de jogo, para estrear o avançado Marius, procurando maior presença no último terço.
Agora com Zidane Banjaqui como playmaker, a turma de Manta Santos tinha mais posse e presença no meio-campo adversário, mas nem por isso conseguia criar oportunidades de perigo. Aliás, curiosamente era mesmo o Boavista a voltar a criar perigo, ora aproveitando as costas da defesa avense, ora através de bola parada - Carraça acertou no poste na conversão de um livre lateral.
Manta Santos tentava o tudo por tudo para chegar ao empate com o lançamento do avançado Abdoulaye para o lugar do defesa Diakhité, mas Daniel Ramos respondeu com a entrada de Idris e, apesar de um ou outro calafrio, acabou mesmo por conseguir carimbar o primeiro triunfo ao comando dos axadrezados.
Ao quarto jogo chegou finalmente o primeiro triunfo de Daniel Ramos. As criticas de uma massa associativa que não é reconhecida por ser paciente já começavam a crescer e esta vitória é fundamental para que o técnico ganhe algum crédito e tempo para continuar a trabalhar as suas ideias.
É verdade que a matéria prima não é de primeira qualidade e que falta experiência e profundidade ao plantel, mas a verdade é que sem criar é impossível marcar e hoje foi evidente a falta de criativade da equipa avense.
Os amarelos foram bem mostrados, mas ficam algumas dúvidas sobre uma eventual expulsão de Yaw Ackah