OJaime_Pacheco 25-04-2024, 21:27
Cervi tinha dito, a meio da semana, que o regresso de Rafa à competição não era para si preocupação. Faz sentido, já que surgiu como segundo avançado, ao lado de Vinícius. E parecia que essa era a sua posição de frente. Vagabundo, dado ao jogo e ciente dos movimentos para desequilibrar a linha defensiva contrária, foi o que mais e melhor mossa fez. Tem consigo um rótulo de golo que não existia noutras épocas e essa é a grande diferença entre um bom jogador e um excelente jogador. Ou, neste caso, um excelente presidente dentro de campo.
Foi o companheiro que Rafa precisava, pois ambos foram fortíssimos na condução em terrenos adiantados, à procura do espaço para depois servir colegas ou para, eles mesmo, tentarem finalizar. Marcou o seu golo, mas foi bem mais do que esse momento e teve constantes períodos de grande utilidade ofensiva para a equipa.
Foi o primeiro a meter o pé e a ganhar consecutivamente divididas a meio-campo que proporcionaram à equipa um início de superioridade em campo. Não foi deslumbrante com bola (competente, sim), mas foi o mensageiro invisível da vontade de ganhar num relvado com algumas deficiências. Ao seu estilo, mais operário do que o elegante Weigl, deu conta do recado na zona medular.
Não teve culpa nos golos e a única culpa que teve foi de estes terem aparecido mais tarde e em dose moderada. Fez uma série de boas intervenções e esteve em muito bom plano entre os postes, sobretudo numa primeira parte onde o trabalho foi imenso.
Vai dividindo com Ferro as saídas com bola, se bem que a tendência natural, até pelas características de cada um, é que seja o 97 a procurar o passe para a frente. Desta vez, foi o 6 a estar em destaque, com um passe espetacular à procura de Rafa, que fez o golo. No resto, combativo e autoritário, como é seu costume, numa dupla a passar por um bom momento. Aliás, Ferro também podia estar neste segmento.
Regressou ao onze, depois de algum tempo parado, e mostrou porque é dos mais importantes da equipa. Foi um ladrão exímio de bolas e esteve muito bem no capítulo da recuperação. Habituado a Luiz Carlos ou Pedrinho ao seu lado, ainda mostrou alguma necessidade de entrosamento com Eustáquio. Caiu na segunda parte, mas a primeira volta vale-lhe um lugar aqui.
É ele, como sempre, quem assegura esse dossiê na equipa encarnada. Melhor marcador do campeonato e também líder em assistências, desta vez não conseguiu aumentar esses seus números, quer porque Ricardo Ribeiro foi barreira intransponível para o 21, quer porque os seus cruzamentos não tiveram o melhor destino. Mas a nota de qualidade não lhe escapa, uma vez mais.
É, sem qualquer dúvida, dos jogadores mais talentosos desta equipa pacense, mas ainda está à procura do seu espaço e da sua dinâmica. Vários descontos têm de lhe ser dados, já que vem de longa paragem e têm-lhe alterado várias vezes o colega de meio-campo. Porém, pedia-se um pouco mais de criatividade ao 46, que também não conseguiu ser o tampão defensivo que a equipa precisava.
O lateral teve a grande dificuldade de, logo no início, ter Pizzi a cair do seu lado, depois houve o habitual Cervi e por ali também passou Rafa esporadicamente. Jorge Silva fez o que pôde, mas não conseguiu fazer muito, diante de um Benfica fulgurante e que, por ali, teve sobretudo que levar com Grimaldo, para além de nem sempre ter sido bem auxiliado por Hélder Ferreira.
0-2 | ||
Rafa Silva 39' Carlos Vinícius 47' |