Já temos Campeão de Inverno! É o Sporting de Braga, o mesmo Sporting de Braga que há menos de um mês estava a trocar de treinador, apostando num técnico sem «nível» e estreante. Um golo no último lance do jogo fez explodir a Pedreira na despedida da Final 4 da cidade minhota.
Se por um lado esse golo solitário de Ricardo Horta valeu a segunda Taça da Liga ao Braga, esse mesmo golo aguzidou uma relação bem negativa do FC Porto na competição. Nova final perdida e desta vez nem foi nos penáltis, foi no último lance de um jogo que podia ter caído para qualquer lado.
Certo é que numa final intensa, bem jogada na primeira parte e de um espetáculo bem bonito nas bancadas nasceu um vencedor e começa a crescer um mito...de seu nome Rúben Amorim. Cinco jogos, cinco vitórias (três delas contra grandes) e uma Taça. Haveria início melhor?
Estas nuances táticas deram duas claras oportunidades nos primeiros 15 minutos ao Braga. Primeiro com um remate à barra de Ricardo Horta, com Marcano a bloquear um remate em grande posição, depois foi Alex Telles a negar o golo com novo bloco a remate de Horta.
Por seu lado, o FC Porto demorou a colocar o seu plano em campo. Demorou 15/20 minutos e depois passou a controlar. Passando do 4x4x2 para o 4x3x3 (Otávio jogou ao lado de Sérgio Oliveira e Marega pela direita), Sérgio Conceição tentava ter mais corpos a pressionar bem alto a saída curta dos minhotos. Quando começou a funcionar, a equipa de Rúben Amorim deixou de ter espaço para lançar a velocidade de Galeno e Horta.
Foi depois de conseguir estabilizar o seu plano que os azuis brancos começaram a ter as suas oportunidades, com a mais clara e quase chocante a pertencer a Soares. Primeiro Corona perdeu o golo na cara de Matheus e depois Soares, com tudo para o golo, acertou em cheio na barra.
Assim terminava sem golos uma primeira parte de fases e, principalmente, «rasgadinha» e com duas fases de domínio.
Não mudou muito a postura das duas equipas em relação ao final da primeira parte, o que mudou foi a inspiração e, principalmente, o acerto nos passes. Os segundos 45 minutos foram um verdadeiro recital de passes com força à mais, para fora ou à queima. Foi ainda um festival de apito e ia valendo pela festa que vinha das bancadas, onde aí sim, tivemos um verdadeiro espetáculo.
Os grandes momentos do segundo tempo e a únicas grandes oportunidades vieram já nos descontos. Primeiro Raúl Silva, um dos melhores, atirou mais uma bola aos ferros da baliza de Diogo Costa, com um cabeceamento a responder a um livre lateral e depois veio o momento de loucura.
Um primeiro remate de Paulinho é cortado pela defesa portista, mas um capricho de ressaltos deixou Ricardo Horta na cara de Diogo Costa. Um ligeiro toque a desviar do guardião tornou o Braga Campeão de Inverno, quando todos já preparavam os penáltis.
O Braga voltou a ser feliz na fase final da partida, como já o tinha sido na meia-final. Uma competição ganha em casa e o prolongar de uma estreia quase escrita nas estrelas para Amorim. Um foram felizes, os outros já não devem poder ver esta competição pela frente.
Parabéns ao Campeão de Inverno, para o ano há mais.
A Taça da Liga é uma espécie de parente pobre nas competições nacionais, mas ninguém o diria se visse o ambiente que veio das bancas do Municipal de Braga. Picardias saudáveis, apoio, alguns petardos e tochas (sem que nenhuma fosse para o relvado) animaram uma final que nem sempre foi animada em campo.
Depois dos primeiros 45 minutos estávamos todos à espera de um segundo tempo bem quente e emocionante. O certo é que essa emoção só veio nos descontos, porque antes foi um festival de erros, maus passes, má arbitragem e zero oportunidades.