E é o FC Porto o adversário do Braga na edição 19/20 da Taça da Liga. Os azuis e brancos vencerem (1x2) o V. Guimarães, num jogo que, não sendo brilhante, foi de uma intensidade muito agradável e de incerteza até ao final. Venceu a equipa que foi mais tempo melhor, mas que precisou de um susto para carimbar o domínio em golo.
Olhando para as equipas escolhidas pelos dois treinadores, vemos que apenas Sérgio Conceição causou alguma surpresa, ao deixar Danilo Pereira fora das opções, apostando em Sérgio Oliveira, um médio mais capaz de criar. Desta forma, o dragão deixou de ter um pivot tão fixo no meio, apostando na capacidade de Oliveira e Uribe em serem box-to-box, sendo que o português tinha uma missão mais construtiva na primeira fase
O anulamento de Lucas criou um óbvio problema ao V. Guimarães. A equipa de Ivo Vieira não conseguia lidar da melhor forma com a pressão e intensidade do ataque/meio-campo dos portistas e também não conseguia lançar da melhor forma as duas flechas que tem nos flancos.
Por seu lado, a equipa de Sérgio Conceição não parecia muito interessada em criar um ritmo muito alto no jogo e adoptava uma postura mais paciente na forma como iniciava os ataques. Não apostava na verticalidade de Marega e sim em fazer dançar o Vitória de um lado para o outro, de forma a encontrar espaços para Corona na direita ou Telles na esquerda.
É certo que não aconteceu muitas vezes, mas o FC Porto acabou por ir retirando aos poucos dividendos da sua postura mais paciente e, por três vezes, foi Douglas que segurou o nulo. Marega por duas vezes e Mbemba viram o guardião brasileiro negar-lhes o golo. Ainda assim, a primeira parte até acabou com um lance muito perigoso para o Vitória, com Davidson a rematar por cima, depois de um falhanço de Mbemba no centro da área.
Aproveitando esse papel principal, a equipa de Ivo Vieira cresceu, incomodou e chegou mesmo ao primeiro golo do jogo. Uma grande penalidade que deixou algumas dúvidas, mas que foi aproveitado por Edmond Tapsoba para abrir o ativo. Em jeito de brincadeira, podemos até dizer que o golo foi o pior que podia ter acontecido à equipa de Guimarães...é que isso acordou o Dragão.
Acordou de tal forma que, no lance seguinte Alex Telles, com um remate em esforço, mas muito bem colocado empatou a partida e depois, já com Corona a extremo e Manafá a lateral (entrou para o lugar de Uribe e passou Otávio mais para o meio) veio o lance do 1x2, marcado pelo inevitável Soares, após uma boa jogada de Corona pela direita.
Os dragões souberam depois gerir o «desespero» do V. Guimarães nos últimos minutos e, com uma capacidade de ter bola assinalável, o FC Porto soube levar o jogo para o seu fim sem grande sofrimento. A exceção veio já nos descontos, quando o Vitória marcou, sendo que o VAR anulou o lance por falta sobre Diogo Costa.
Será uma final Braga x FC Porto, uma semana depois da vitória bracarense no Dragão. Só por aí o jogo já prometia ser quente, se juntarmos a isso que está em jogo uma taça, então podemos esperar uma grande final. O Braga quer ganhar o troféu pela segunda vez, na despedida da Final 4 da sua casa, já o FC Porto tem esta taça como «aquela que tem fugido».
Tal como no jogo da primeira meia-final, a segunda partida em Braga voltou as ser emotiva até a final. Duas boas equipas que usaram as suas armas e que elevaram a competição. Tivemos de esperar até ao último lance para saber quem são os dois finalistas da Taça da Liga e isso é ótimo.
Num jogo emotivo, de raça e com muita intensidade, podemos dizer que faltou alguma arte de jogares chave dos dois lados para o tornar mais «perigoso». Ainda assim, nesse sentido a segunda parte foi melhor que a primeira.