A Taça da Liga já é vista com outros olhos. Inicialmente descartada por grande parte dos clubes devido a um modelo pouco consensual – continua a gerar discórdia –, a competição ganhou outro valor com o formato final four, aplicado na temporada 2016/17.
Melhor organização, melhor espetáculo, mais adesão do público. Tem sido assim nos últimos anos e Braga repete, pelo terceiro consecutivo, o estatuto de cidade anfitriã da prova.
Quem tem apreciado o solo minhoto é o Sporting, vencedor das duas últimas edições, cujo ligeiro favoritismo alimenta-se, essencialmente, do passado histórico e não tanto pelo rendimento desportivo demonstrado nos últimos tempos.
Três das quatro equipas que chegaram à fase final da Allianz Cup 2019/20 contam com estreantes absolutos no banco de suplentes (formato final four). Todos eles jovens, vanguardistas e ambiciosos. Só há uma única exceção que, de resto, tem lidado com a outra face da moeda.
É, de todos, o que menos créditos apresenta, mas foi uma espécie de ‘chegar, impor novas ideias e vencer (por muitos até)’. Rúben Amorim substituiu Ricardo Sá Pinto há menos de um mês no comando técnico do SC Braga e fê-lo com pompa e circunstância. Uma cartada arriscada que António Salvador viu como forma de «dar início a um novo ciclo», olhando para uma filosofia assente em «três objetivos: ganhar, praticar bom futebol, que agrade aos sócios, e valorizar jogadores da nossa formação».
As novidades não demoraram a surgir e o impacto foi nada mais, nada menos do que estrondoso. Uma goleada por 1x7 no Jamor, diante do Belenenses SAD, num encontro que, apesar de tudo, criou uma enorme ilusão pelo rumo que levou. Mas a verdade é que as ideias estiveram lá: aposta num esquema de três centrais e, sobretudo, uma das mais valiosas pratas da casa: Francisco Trincão.
Até ao momento, o saldo é de três vitórias (uma em pleno Estádio do Dragão) em três jogos com 11 golos marcados e três sofridos. Está a dar os primeiros passos fora das quatro linhas, mas as seis Taças da Liga conquistadas como jogador dizem muito…
Presenças | 6 |
Jogos | 12 |
Vitórias | 7 |
Empates | 3 |
Derrotas | 2 |
Golos marcados | 19 |
Golos sofridos | 10 |
Irreverente, corajoso e leal. Ivo Vieira é um dos treinadores da moda no futebol português e não é difícil de compreender o porquê. Realizou um dos melhores trabalhos da carreira no Moreirense, em 2018/19, e subiu um degrau, para um clube vizinho, com vista a serenar um a turbulência vivida no seio do Vitória SC.
A ideia de jogo continua a dar que falar. A campanha na Liga Europa ficou na retina, mesmo tendo em conta a agridoce fase de grupos, e o campeonato, apesar de alguns tropeções inesperados, está bem encaminhado. Agora, aos 44 anos, o técnico madeirense enfrenta o maior desafio da carreira nas provas internas, sendo que em 2014/15 - antes do atual formato - liderou o Marítimo precisamente à final Taça da Liga, eliminando, antes disso, o FC Porto.
Os vimaranenses deixaram para trás SL Benfica, Vitória FC e SC Covilhã e têm um pequeno incentivo de disputarem a competição na casa do eterno rival.
Outro treinador da moda. Silas partilha de muitas características com os homólogos, mas a sua vida num Sporting em crise não tem sido de todo facilitada. Mudou, trouxe novas ideias e vai gradualmente olhando para a formação – Maximiano à cabeça –, assunto esse que tantos debates gerou no seio do clube.
Presenças | 2 |
Jogos | 7 |
Vitórias | 3 |
Empates | 0 |
Derrotas | 4 |
Golos marcados | 11 |
Golos sofridos | 9 |
Desde que substituiu Marcel Keizer em setembro de 2018, Silas tem procurado alimentar a alma verde e branca. O seu trajeto tem sido marcado pelos altos e baixos no que a exibições diz respeito e encara a Taça da Liga talvez num dos momentos mais conturbados desde a sua chegada, com duas derrotas frente aos eternos rivais para o campeonato.
O técnico tem, ainda, uma pressão enorme em cima dos ombros pelo simples facto de liderar o bicampeão de inverno. E chegou a ter pé e meio fora...
Duas final four, duas derrotas nas grandes penalidades. A Taça da Liga é uma espécie de troféu amaldiçoado para o FC Porto, equipa que mais finais perdeu (2010, 2013 e 2019) e que, em contrapartida, nunca venceu a competição.
Presenças | 7 |
Jogos | 21 |
Vitórias | 10 |
Empates | 7 |
Derrotas | 4 |
Golos marcados | 34 |
Golos sofridos | 20 |
Para Sérgio Conceição, atual treinador dos azuis e brancos, a situação não é muito melhor e o Sporting aparece como besta negra. Em 2017/18 e 2018/19, os leões sorriram sempre nas grandes penalidades e levantaram o caneco.
O velho ditado deixa no ar a possibilidade de «à terceira ser de vez», mas a relação entre dragões e Taça da Liga é cada vez mais complexa. Tão perto e tão longe...
1-2 | ||
Edmond Tapsoba 65' (g.p.) | Alex Telles 66' Tiquinho Soares 75' |