Não basta para o Aves se livrar do lugar que ninguém quer, e a salvação continua a estar à distância de algo próximo de um milagre, mas a equipa de Nuno Manta Santos somou a terceira vitória neste campeonato, segunda desde que o atual técnico assumiu o cargo, batendo um cada vez mais aflito Portimonense por muito claros 3x0.
Neste duelo entre as duas equipas da zona de despromoção, e que vinham de uma seca de triunfos, o Aves foi bem mais acutilante, aproveitou falhas defensivas dos algarvios e marcou três golos no segundo tempo, deixando António Folha numa posição ainda mais delicada. O Portimonense vai mesmo acabar a jornada e esta primeira volta em zona de descida.
A jogar em casa, o Aves voltou a contar com Welinton no ataque e o brasileiro viria a estar muito ativo na construção ofensiva. No corredor direito surgia desta vez o francês Kevin Yamga, com funções de lateral numa defesa a cinco.
Já António Folha, que teve também três centrais em boa parte do encontro, não pôde contar com uma série de jogadores importantes, como Lucas Fernandes, Fernando Medeiros, Tabata ou Jackson Martínez. Aproveitou para estrear o japonês Takuma Nishimura no ataque, com Bruno Costa a ter também direito ao primeiro jogo a titular.
Os avisos avenses começaram muito cedo, com a equipa da casa a criar perigo em remates a considerável distância. O primeiro foi logo nos primeiros minutos, com Reko a obrigar Ricardo Ferreira a voar, e um pouco mais tarde foi Welinton a desenhar um arco que falhou por pouco o alvo, antes de repetir a tentativa e acertar mesmo no ferro da baliza do Portimonense.
Os algarvios reagiram durante algum tempo, Pedro Sá criou perigo no ataque, numa última fase do primeiro tempo que por fim dava para animar os pouco mais de 20 adeptos algarvios que marcavam presença no palco de Vila das Aves, apesar da imensa distância.
Era contra o penúltimo e em casa, sim, mas era quase impossível equacionar a hipótese de uma equipa tão afundada na classificação como o Aves marcar três golos em menos de meia hora fosse contra quem fosse... mas foi isso mesmo que aconteceu, em momentos de aproveitamento extremo de más abordagens defensivas do Portimonense.
A formação algarvia até entrou na segunda parte com muito mais atitude do que tinha entrado na primeira (não que isso fosse difícil), mas não soube ser eficaz na definição ofensiva, ao contrário do que aconteceria na equipa avense. Aos 54 minutos, o primeiro golo, com Welilton a ultrapassar Jadson, a resistir na frente e a atirar a contar para o fundo das redes portimonenses.
Em dois momentos consecutivos, e já nos últimos 20 minutos do encontro, mais dois momentos de enorme eficácia no ataque: aos 74', Zidane Banjaqui concluiu um contra-ataque perfeito e aos 79' surgiu a última machadada, por obra de Mohammadi.
Era impossível pedir ao Aves um melhor mote para acreditar numa segunda volta inteiramente diferente da primeira.
Enorme eficácia da equipa de Nuno Manta Santos nos momentos de contra-ataque, a valer uma vantagem clara e justificável por essa mesma boa definição em velocidade.
A equipa de António Folha cometeu erros na marcação e abordagem aos lances que permitiu que o Aves descobrisse espaços para construir o triunfo convincente.
Arbitragem simples e sem erros de maior importância.