Uns a dezanove, outros a sete: liderança encarnada sai de Alvalade ainda mais reforçada

O Benfica está cada vez mais isolado na liderança da Liga NOS! Depois da derrota caseira do FC Porto, os encarnados somaram a 17.ª vitória consecutiva fora de portas no campeonato na visita ao terreno do eterno rival Sporting (0x2), deixando os leões a 19 pontos do primeiro lugar e dilatando ainda a vantagem para o segundo lugar.

É certo que ainda há uma segunda volta completa para disputar, mas parece cada vez mais difícil travar este embalo do conjunto de Bruno Lage rumo ao bicampeonato.

Camacho com pontaria a mais

O treinador do Benfica tinha confirmado Gabriel na convocatória e o médio brasileiro acabou mesmo por regressar à titularidade, ao lado de Weigl, relegando assim Adel Taarabt, um dos elementos em evidência nos últimos jogos dos encarnados, para o banco de suplentes. De resto, tudo igual, numa fórmula cada vez mais imprescindível para Bruno Lage.

Do lado do Sporting a necessidade de colmatar as ausências de Coates (castigado) e Vietto (lesionado) obrigava a um cuidado redobrado por parte de Silas, tendo a escolha recaído sobre Ilori e Rafael Camacho, que procuravam no dérbi a oportunidade para convencer o treinador leonino.

Contas feitas às alterações, passemos para o jogo propriamente dito. Sempre de emoções fortes, onde muitas vezes a razão é passada para segundo plano, o dérbi entre os dois maiores rivais de Lisboa assumiu circunstâncias ainda mais especiais depois do SC Braga triunfar na casa do FC Porto (1x2).

A 16 pontos do líder, segunda maior diferença da história entre leões e águias à passagem da 16.ª jornada, a margem do Sporting era nula. Já o Benfica procurava registo histórico, embalado por 16 vitórias consecutivas fora de casa e com hipótese ainda de selar a melhor primeira volta de sempre na Liga a 18 clubes.

As estatísticas mostraram uma grande superioridade do Benfica em número de remates no primeiro tempo, a beneficiar também dos erros dos leões na sua fase de construção, mas a verdade é que foi o Sporting a ter as melhores ocasiões de golo, nomeadamente por intermédio de Rafael Camacho, que acertou no ferro numa delas, depois de um excelente passe de Bruno Fernandes e abordagem ao lance completamente precipitada por parte de Ferro.

O camisola 7 leonino teve ainda outra oportunidade, à passagem da meia hora de jogo, mas Odysseas mostrou-se muito seguro entre os postes, a ajudar a manter o nulo até ao intervalo.

Ponto negativo do dérbi: interrupção devido ao arremesso de engenhos pirotécnicos ©Carlos Alberto Costa

Saltou do banco para decidir

Ponto prévio: o intervalo fez bem ao Sporting. Mas não ajudou à definição do resultado final. A equipa de Silas apareceu mais organizada, mais concentrada, a conseguir controlar o jogo, mas não teve capacidade para aguentar esta dinâmica durante muito tempo. Mérito também para Odysseas, que manteve a baliza intacta perante as investidas leoninas.

Depois de um período em que entregou o controlo ao adversário, o Benfica assumiu as despesas do jogo, sobretudo após a entrada de Rafa Silva. O internacional português trouxe velocidade a um jogo que caminhava para a estagnação e acordou definitivamente o espírito de um Benfica campeão.

Num lance com alguma sorte à mistura, ingrediente também importante para o sucesso, o camisola 27 abriu o marcador, aos 80 minutos, e dissipou as dúvidas em cima do apito final, aos 90+9', a um minuto do final de um tempo de compensação muito extenso e explicado pela paragem do jogo durante cinco minutos devido ao arremesso de engenhos pirotécnicos para o relvado.

Com este triunfo, o Benfica acaba por fixar alguns recordes - 17.ª vitória consecutiva fora de portas e melhor primeira volta da história da liga - e sustentar a liderança da Liga NOS.

E, acima de tudo, ganha confiança para uma segunda volta que ainda nem sequer começou.