Muito se escreveu e foi dito sobre o vírus que afetou o plantel do Vitória FC na semana que antecedeu o encontro da 16.ª jornada da Liga NOS, frente ao Sporting, várias foram as tentativas para que o jogo não se realizasse este sábado no Bonfim, mas os esforços sadinos foram infrutíferos e não demoveram lisboetas, nem Liga, esta última muito presa ao regulamento.
Sem acordo entre as partes, o jogo manteve-se para o dia e hora previamente marcados e colocou um leão na máxima força, apenas com uma alteração forçada por culpa do castigo de Idrissa Doumbia - Battaglia regressou à titularidade quatro meses depois -, e um Vitória muito enfraquecido, com várias ausências de vulto e apenas cinco jogadores no banco de suplentes.
Uma manifesta infelicidade explica o surto que atirou mais de metade do plantel do Vitória Futebol Clube para o hospital dias antes de jogo tão importante com o Sporting. Resistiram alguns bravos guerreiros para o ataque ao leão, que não foram imunes a um lance infeliz de João Meira à chegada da meia hora de jogo.
Sporting ganha em Setúbal e conquista a 3º vitória seguida fora
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Após uma entrada aguerrida, nada inferior ao Sporting, embora com as limitações intrínsecas a um estado físico muito peculiar, o conjunto de Julio Velázquez só desmoronou com um auto-golo do seu camisola 66 - Bolasie e Ristovski trabalharam muito bem pelo corredor, com o internacional macedónio a cruzar forte para o desvio de Meira para a própria baliza.
O golo intranquilizou uma equipa notoriamente a precisar de uma pausa para recuperar os índices oxigénio e, assim, pensar e ler melhor o jogo. Foi com isso que Velázquez tentou jogar durante a primeira parte, até porque só dessa forma conseguiria, teoricamente, rivalizar com o Sporting. Estava enganado. A sua equipa ainda viria a surpreender.
Mas antes dessa reação espantosa, que só deve fazer corar de vergonha a equipa do Sporting, os comandados de Silas dilataram a vantagem através de uma grande penalidade convertida pelo capitão de Bruno Fernandes, isto depois de Pirri agarrar de forma deliberada o camisola 8 dos leões na área setubalense. A tal falta de 'oxigénio' a limitar a capacidade de reação do central brasileiro.
A vantagem era confortável, o jogo parecia aparentemente controlado, até pela forma como o Vitória foi encostado ao seu setor mais recuado, incapaz de subir as suas linhas, e não por pressão do Sporting, mas sim por incapacidade física para tal, mas uma surpresa estava reservada para o segundo tempo.
A segunda parte começou praticamente com uma oportunidade clara de golo para o Sporting. Wendel teve tempo e espaço para fazer o golo, mas Mano impediu o terceiro e salvou o Vitória.
🇵🇹 Bruno Fernandes a bisar pelo Sporting na Liga
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Seguiram-se momentos de alguma contenção por parte dos homens de Silas, numa quase sensação de pacto de não-agressão perante uma equipa que parecia não ter forças para reagir a dois golos de desvantagem. Pura ilusão.
Um golaço de Carlinhos, daqueles golos para ver e rever na televisão, daqueles tiros de raiva em momento difícil, foi quase como uma injeção de adrenalina que fez reentrar o Vitória num jogo que parecia feito. Não estava e o Sporting teve de sofrer (muito) para segurar a vantagem.
A barra negou o empate a Guedes, que na recarga não conseguiu emendar para o fundo da baliza à guarda de Maximiano, e até ao final assistiu-se de forma penosa a uma superioridade dos sadinos perante um Sporting completamente refém de um talento.
Bruno Fernandes. Quem mais? Só mesmo ele para aparecer e resolver (mais uma vez) todos os problemas do Sporting.
Numa semana difícil, marcada pela virose que afetou praticamente a totalidade do plantel do Vitória FC, é de assinalar o esforço de toda a equipa sadina que foi a jogo com o Sporting. Passaram por momentos de dificuldade, mas criaram muitos problemas.
Numa liga que pretende ser mais competitiva e atrativa para o exterior, não se percebe a postura da Liga de Clubes nesta questão toda que antecedeu o jogo entre Vitória e Sporting. É verdade que há regulamentos, mas também deve haver bom-senso.