Gil Vicente e Vitória SC empataram a dois golos num jogo de emoções fortíssimas. Os gilistas surpreenderam os vizinhos de Guimarães com uma primeira parte muita personalizada. A reação da equipa de Ivo Vieira foi quase épica, mas ninguém festejou no fim.
O Vitória apresentou-se em Barcelos com o mesmo ritmo com que na quinta-feira bateu o Eintracht em Frankfurt. O jogo da equipa de Ivo Vieira tinha velocidade na linha ofensiva e muita criatividade ao incluir na equipa titular Ola John e João Carlos Teixeira.
Mas o grande problema do Vitória SC foi tentar criar perigo num grande aglomerado de jogadores, e cedo começou a perceber-se que o Gil Vicente ia adaptar-se melhor a esse estilo de jogo e rapidamente a agulha do perigo mudou de baliza.
O mestre Vítor Oliveira dificilmente muda o estilo de jogo, até porque a jogar em casa para o campeonato o Gil Vicente ainda não perdeu, e o toque mais impactante que ditou a viragem do jogo deu-se logo aos oito minutos: Mikel Agu fez penálti sobre Sandro Lima, mas Douglas acabou por defender o castigo máximo.
O pico de motivação dos minhotos de Guimarães esfumou-se, porque o Gil Vicente começou a ter mais bola, a ligar melhor os setores e a colocar em sentido a defesa do Vitória.
A equipa de Ivo Vieira estava atada e apenas por uma vez conseguiu levar a bom porto a estratégia, mas dessa vez Denis defendeu de forma aparatosa o remate de Léo Bonatini.
O Gil Vicente soube manter o Vitória SC fora da zona de perigo. A linha pressão do meio campo, composta por Soares e Claude Gonçalves ganhou os duelos e empurrou a equipa de Ivo Vieira para trás e desse momento até haver o primeiro golo foi preciso pouco. Claude Gonçalves, com um remate de ressaca deu corpo ao melhor momento gilista.
A equipa de Vítor Oliveira mandava no desafio como queria, o V. Guimarães estava completamente perdido e numa das melhores jogadas do encontro a equipa do galo aumentou a vantagem por Kraev. Um momento sublime com todo o lado esquerdo do Gil Vicente a trabalhar e o búlgaro a concluir o lance, após uma excelente assistência de Sandro Lima.
O Vitória SC veio para a segunda parte pronto para operar uma reviravolta, que nunca tinha acontecido, mas do balneário e já depois das mexidas ainda na primeira parte - Pêpê Rodrigues e Bruno Duarte entraram para os lugares de Mikel Agu e Ola John - a equipa de Ivo Vieira instalou-se no meio campo ofensivo.
A jogar pelos flancos e com um futebol a procurar os avançados, a equipa de Ivo Vieira teve muita dificuldade. Passou João Carlos Teixeira a ter maior protagonismo, mas o português também não conseguiu ligar da melhor forma o meio campo ao ataque.
Sem soluções para quebrar a bem organizada defensiva gilista, o treinador vitoriano teve de inventar e a entrada de Davidson baralhou a formação do Gil Vicente.
Davidson e Edwards, dois extremos com características de poder romper pelo meio, passaram a puxar desses trunfos. Léo Bonatini e Bruno Duarte desceram no terreno, começaram a antecipar-se aos centrais gilistas e o perigo apareceu.
Edwards lançou o jogo quando finalizou, até de forma surpreendente pois puxou para o pé oposto, uma excelente combinação com Bruno Duarte.
A partida estava aberta, e com o Vitória a dominar: O Gil Vicente sentia que tinha diminuir as linhas defensivas para conseguir segurar o resultado, mas foi incapaz de travar tudo. A quatro minutos do fim Davidson conseguiu o empate com um remate à meia volta.
A querer concluir a reviravolta, o Vitória SC acabou o jogo a pressionar a defesa gilista. Aí valeu aos comandados de Vítor Oliveira a maior eficácia de Denis, que entrou defesas, defendeu um remate de Pêpê Rodrigues que tinha selo de golo.
Sandro Lima de um lado, e Léo Bonatini do outro nunca se esconderam do jogo e fizeram aquilo que qualquer avançado deve fazer: Importunar as defesas, criar jogo e tentar finalizar. O avançado do Gil Vicente acabou por mesmo determinante na forma como meteu os barcelenses no jogo, depois da entrada mais fortes dos minhotos de Guimarães.
O Vitória SC teve muita dificuldade em entrar na estratégia do jogo. A equipa de Ivo Vieira só despertou quando Davidson veio para jogo e passou a combinar os avançados com os extremos pelo meio. Foi a tempo do empate e de mais nada.
Carlos Xistra acabou por ter uma tarde tranquila de trabalho. Sem decisões complicadas o juíz foi sempre justo nas análises e não teve uma arbitragem difícil.